No Marrocos, profissionais da saúde recebem treinamento sobre uso medicinal da cannabis

Fotografia mostra conta-gotas contendo óleo sendo segurado acima de um frasco de cor âmbar, que está em uma superfície branca lisa, onde também se vê uma inflorescência e algumas folhas de cannabis, em fundo branco. Imagem: Freepik | alena_bonn. Paraíba

O primeiro curso de formação sobre os usos medicinais e terapêuticos da maconha do país faz parte do processo de implementação da nova indústria

A Agência Nacional de Regulação das Atividades de Cannabis do Marrocos concedeu no mês passado as primeiras licenças para a produção de maconha de uso médico e industrial. Uma lei sancionada no ano passado visa reorientar os agricultores legados, que cultivam a planta há séculos no país, para o mercado legal.

Em aplicação ao que determina a legislação e visando estimular a criação de uma indústria robusta de maconha medicinal, a Associação Consultiva Marroquina sobre o Uso de Cannabis (AMCUC) está promovendo o programa “Kif Takwine”, que visa capacitar médicos e farmacêuticos no campo da cannabis para fins medicinais.

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Segundo o Morocco World News, a terceira fase do programa de treinamento foi lançada no último domingo (13) em uma instalação do laboratório Pharma 5, parceiro da AMCUC, em Bouskoura.

“Esta é uma oportunidade para os vinte médicos e farmacêuticos, no âmbito da sua formação, conhecerem melhor o conjunto, ou seja, a preparação dos medicamentos, os princípios, o que esperar, as análise realizadas etc. Colocar médicos e farmacêuticos em contato com fabricantes é uma oportunidade de discutir mais sobre esse tratamento não convencional”, disse o professor Redouane Rabii, presidente da AMCUC, ao jornal econômico marroquino Medias24.

 

 

 

Rabii disse ao jornal que as duas primeiras fases do programa, realizadas no âmbito de workshops sobre cannabis medicinal, já permitiram a formação de cerca de trinta médicos e farmacêuticos.

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Em um comunicado à Morocco’s Press Agency, Rabii disse que Marrocos receberá seu primeiro estoque de cannabis em três meses. “E para isso precisamos preparar o terreno, incluindo a formação de profissionais de saúde (médicos, enfermeiros e farmacêuticos)”, frisou.

Segundo o Hespress, a AMCUC já assinou várias parcerias com universidades, laboratórios, players da indústria médica, centros de pesquisa e organizações nacionais e internacionais para estabelecer uma estratégia abrangente no que diz respeito ao estabelecimento de uma indústria forte de cannabis medicinal.

No Marrocos, centenas de milhares de pessoas vivem do cultivo ilegal de maconha. As mudanças legais devem melhorar a situação econômica dos agricultores pobres do Rif, que ganham cerca de 4% do faturamento final da safra no mercado ilegal. A nova lei permitirá que eles ganhem 12%, afirma o governo.

Espera-se que a renda desses cultivadores aumente em cerca de um terço, para 4,8 bilhões de dirhans marroquinos, ou cerca de R$ 2,3 bilhões, até 2028, segundo dados apresentados pelo ministério do interior no projeto de lei de legalização.

A formação dos profissionais da saúde é um dos passos significativos para o lançamento da indústria de cannabis marroquina.

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#PraTodosVerem: foto mostra um conta-gotas contendo óleo sendo segurado acima de um frasco de cor âmbar, que está em uma superfície branca lisa onde também se vê uma inflorescência e algumas folhas de maconha, em fundo branco. Imagem: Freepik | alena_bonn.

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