Quanto custa o grama de maconha no Brasil?

Perguntamos o “preço do g” para nossa audiência nas redes sociais e, a partir das respostas válidas, é possível ter uma ideia de quanto as pessoas pagam, em média, pelo grama de maconha prensada, colômbia e flor no país, confira

Em um cenário, ainda utópico, em que o comércio de maconha para uso adulto estivesse autorizado e regulado no Brasil, perguntas simples, como o preço do grama, seriam respondidas por grandes analistas de mercado, que não apenas poderiam apontar os valores médios de cada categoria de produto derivado da cannabis, como acompanhar o montante movimentado e os impostos arrecadados pelas vendas.

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Um artigo do Centro Brasileiro de Informações sobre Drogas Psicotrópicas (Cebrid), da Unifesp, estima que o mercado ilegal de maconha, substância ilícita mais consumida no mundo, movimenta globalmente 300 bilhões de dólares ao ano. O dado que expõe o tamanho do mercado ilícito global dá uma perspectiva sobre a movimentação macroeconômica deste comércio, porém, não elucida sobre como este valor se reflete na outra ponta: quanto o consumidor paga, hoje, pela maconha ilegal?

 

Do prensado à flor

Para tentar responder a esta questão, é preciso lembrar que há, no mercado ilícito de todo o país (considerando suas particularidades), maconha para todos os bolsos. Do prensado que pode custar R$ 2 o grama no Rio de Janeiro ou em Santa Catarina à flor que chega a R$ 120 em São Paulo, o valor da maconha varia, e muito, de acordo com a qualidade, o acesso e o tipo de produto disponível, além da relação oferta/demanda.

Na tentativa de vislumbrar os valores do g de maconha no Brasil, por meio de uma interação com nossa audiência nas redes sociais, perguntamos quanto nossos seguidores pagam no grama de três tipos mais comuns de maconha disponíveis no varejo ilegal brasileiro: o famigerado prensado, o tipo colômbia e a flor.

Por prensado, entenda aquele bloco de buds, folhas, sementes e galhos deteriorados e cheios de contaminantes que, infelizmente, grande parte da população consome por ser acessível. Colômbia é a categoria que engloba os buds, de qualidade duvidosa e mais potentes que o prensado, vendidos sob tal nome genérico. As flores, nesta divisão, são os produtos in natura de boa qualidade, normalmente com nome e sobrenome, disponíveis a uma pequenina parcela privilegiada que pode pagar, pelo menos, R$ 40 no g.

O que descobrimos?

Embora nossa indagação virtual, que gerou mais de 600 comentários e 190 respostas válidas (que davam conta de dizer a localização, a categoria e o respectivo valor do grama), não tenha pretensão nem rigor estatístico, o resultado trouxe insights interessantes sobre os valores praticados no Brasil.

Por exemplo: R$ 2 é o valor mínimo do grama do prensado entre os que responderam à pergunta, dos estados do Rio de Janeiro, Santa Catarina e São Paulo — Rio Grande do Norte foi o segundo menor valor, por R$ 2,50 o grama. Por outro lado, Ceará, Minas Gerais, Paraná e Maranhão registraram R$ 10 no grama do prensado. Em relação à categoria colômbia, os preços variam de R$ 10, no Amazonas, a R$ 35 no Distrito Federal, mas podem chegar a R$ 50, conforme uma resposta de Santa Catarina. Para as flores, a maior variação dentro da categoria: de R$ 40 a R$ 120 o grama.

Confira, a seguir, o mapa com a média de preços em cata categoria, por região:

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#PraTodosVerem: fotografia mostra palma de uma mão aberta, carregando porções de maconha dos tipos “colômbia”, à esquerda, e flores, à direita.

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