Marca de sedas oferece US$ 4,20 a voluntários para “fumar maconha pela ciência”

Fotografia mostra parte do corpo de uma pessoa que está sentada em um sofá enquanto acende um baseado com um isqueiro, e um ambiente interno com móveis, que aparece ao fundo. Imagem: Rodnae Productions | Pexels.

Pesquisa inovadora busca avaliar quais variáveis produzem a experiência de fumar cannabis mais agradável e menos prejudicial

Uma marca de sedas e blunts dos Estados Unidos está recrutando voluntários “interessados em fumar baseados pré-enrolados pela ciência e serem pagos pela sua participação” em um estudo inédito. Os participantes receberão para consumir cigarros de cannabis e preencher formulários.

A DaySavers anunciou que fez uma parceria com a Cannabis Research Coalition (CRC) e a Network of Applied Pharmacognosy (NAP) para realizar o estudo “The Science of Smokeability” (A Ciência da Fumabilidade), que consiste em uma série de experimentos científicos para avaliar como as práticas de cultivo e o processamento pós-colheita impactam a experiência de fumar maconha, e identificar quais variáveis influenciam na qualidade e segurança dos baseados.

“Os dados coletados neste estudo irão mudar a forma como a cannabis é cultivada e como os pré-enrolados são fabricados — esta é a sua oportunidade de fazer parte da história!”, afirma a empresa no anúncio da pesquisa, que é voltada para adultos com 21 anos ou mais.

A empresa disse que pagará US$ 4,20 a 200 indivíduos selecionados aleatoriamente, que receberão dois baseados pré-enrolados gratuitos em certas fases do estudo e serão solicitados a preencher uma pesquisa qualitativa comparando os produtos.

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No decorrer de dois anos, o estudo analisará dados laboratoriais de experiências de consumo e de pesquisas de consumidores sobre a experiência de fumar. A análise levará em conta diversas variáveis, que incluem variações no conteúdo mineral, conteúdo nutricional e umidade e o efeito geral na cor das cinzas e na composição e qualidade da fumaça.

“Esta pesquisa não só tem o potencial de melhorar a qualidade e consistência do produto, mas também de promover a sustentabilidade, a rentabilidade e uma compreensão científica mais profunda da cannabis como produto medicinal e recreativo”, diz o comunicado sobre o estudo.

Em estados americanos que legalizaram a maconha, os agricultores geralmente se empenham para maximizar o rendimento e o teor de canabinoides. No entanto, nenhum estudo até o momento avaliou como as práticas de cultivo ou o processamento pós-colheita impactam a fumabilidade do produto final.

Os pesquisadores também estão conduzindo experimentos sobre fumabilidade usando uma máquina científica que fuma os baseados para medir os efeitos do nível de umidade no nível químico ao fumar um baseado. “A fase 1 analisa a atividade da água e como ela afeta a fumabilidade de um pré-enrolado. A fase 2 mede os nutrientes que damos às plantas e também a liberação de nutrientes”, explicam os cientistas em um vídeo que mostra como são feitos os testes laboratoriais.

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O estudo, que também fez parceria com a Controlled Chemistry, uma joint venture especialista em estudos de fumaça e inalação de cannabis, compreende ainda um experimento voltado para baseados infundidos, que testará diferentes tipos de processos de infusão e analisará quais deles queimam mais, bem como quais transmitem mais canabinoides e terpenos.

Para Harrison Bard, CEO e cofundador da DaySavers, o estudo “lança luz sobre algumas das principais incógnitas na indústria da cannabis”. “Este tipo de pesquisa existe e provou ser extremamente importante na indústria do tabaco, por isso estamos entusiasmados em preparar o caminho para um futuro mais seguro e agradável para a indústria da cannabis, onde a qualidade e os padrões estão na linha de frente do cultivo e desenvolvimento de produtos pré-enrolados”, disse ele.

Allison Justice, fundadora da CRC, que está desenvolvendo técnicas de cultivo destinadas a otimizar o rendimento e a qualidade da maconha para fins medicinais, disse que “a parceria destaca a importância fundamental da colaboração em toda a indústria e sublinha a importância das iniciativas de pesquisa para moldar o futuro do setor da cannabis”.

“Esta colaboração de pesquisa interdepartamental vai além da mera aquisição de cultivo sustentável e rentável e métricas pós-colheita; nós estamos estabelecendo ativamente os benchmarks para garantir os mais altos padrões na produção de flores destinadas à combustão”, disse Allison.

A expectativa é que os resultados da primeira fase da pesquisa sejam publicados nos próximos meses e “demonstrem como otimizar as métricas de cultivo para economizar tempo, dinheiro e recursos e melhorar a qualidade do produto”. Essa etapa, segundo a DaySavers, visa promover uma maior fidelidade à marca, melhorar os métodos de cultivo, de forma que sejam sustentáveis e ao mesmo tempo maximizem a rentabilidade dos produtores, e sanar as dúvidas de reguladores estaduais que ainda hesitam em permitir flores fumáveis devido a incertezas sobre as substâncias produzidas na fumaça.

Os resultados do estudo também serão compartilhados com a ASTM International, uma organização que estabelece padrões para indústrias em todo o mundo há mais de um século e, desde 2017, desenvolve padrões para a indústria da maconha, que servem de referência para os reguladores de cannabis em suas tomadas de decisões.

A inscrição para participar do estudo deve ser feita através deste link.

Em março, a Custom Cones USA, empresa controladora da DaySavers, lançou uma campanha para contratar criadores de conteúdo e profissionais de mídia social para o que chama de “emprego dos sonhos definitivo” do maconheiro. O trabalhador ou trabalhadora que passar na seleção receberá US$ 70.420 anualmente com vantagens, incluindo amostras grátis de acessórios para fumar maconha das principais marcas e todas as despesas pagas para eventos do setor.

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Imagem em destaque: Rodnae (RDNE)| Pexels.

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