The Last of Us: infectados são inspirados em viagem psicodélica

Imagem de capa mostra dois clickers, personagens zumbis infectados por um fungo na série The Last of Us. Crédito: HBO.

“Experimentei a ciência, aprendi com ela e a apliquei”, diz o coreógrafo Terry Notary, responsável pelos movimentos dos infectados na série The Last of Us (HBO), sobre a inspiração nos psicodélicos para sua criação artística

No ar desde 15 de janeiro pela HBO, a série The Last of Us, inspirada e adaptada do game de mesmo nome, tem sido aclamada pelos críticos e tornou-se a live action mais bem avaliada: estreou no Rotten Tomatoes, um website americano agregador de críticas de cinema e televisão, com uma classificação de 100%, mas reduziu, desde então, para 97% pelo portal e 91% pelo público.

A trama, que se passa à beira da extinção humana, ambientada no sombrio mundo afetado por uma pandemia induzida por fungos que destruiu boa parte da civilização, tem deixado os telespectadores ansiosos a cada episódio com a jornada de Ellie e Joe, interpretados por Bella Ramsey e Pedro Pascal, que tentam sobreviver aos infectados e a outros perrengues que aterrorizam os personagens da série.

Esses zumbis devastados por um fungo foram obra de Terry Notary, um veterano “treinador de movimento” e coreógrafo de Hollywood que trabalhou em sucessos de bilheteria como “Avatar” e “Planeta dos Macacos”. Em uma entrevista ao Inverse, Notary falou sobre o trabalho que fez em The Last of Us e de onde tirou a inspiração para os infectados da série.

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Em seu trabalho de captura de movimento na franquia Planeta dos Macacos, ele assistiu a muitos vídeos de macacos na natureza e, para Avatar, ele se dedicou ao estudo das culturas tribais para capturar como Na’vi se movem.

Mas, para seu trabalho em The Last of Us, a pesquisa não foi tão facilmente encontrada, afinal, não é muito comum encontrar exemplos de como fungos parasitas fazem as pessoas se moverem, então, Notary foi direto à fonte: os psicodélicos.

“Experimentei cogumelos antes de fazer isso, para ver como era”, disse Notary ao Inverse. “Eu me senti como ‘Uau, isso não está me fazendo se sentir estúpido. Isso está me fazendo sentir muito inteligente. Puta merda! Isso é de outro mundo’”.

 

 

A experiência com psilocibina provou ser um medicamento benéfico em muitos estudos, o que também foi inspirador para Notary. Na entrevista, ele conta que sua experiência com psilocibina ajudou a afastá-lo dos típicos e familiares zumbis enquanto ele desenvolvia os infectados.

“Foi uma grande influência na abordagem. Estas não são criaturas irracionais. Estes são expandidos, como criaturas realmente conscientes. Experimentei a ciência, aprendi com ela e a apliquei,” disse Notary.

Na série, pessoas infectadas pelo fungo são transformadas em uma espécie de zumbi agressivo em que o fungo cresce dentro delas. Eles tentam morder outras pessoas para transmitir a infecção adiante. Aqueles que foram infectados essencialmente se tornam um com o fungo Cordyceps que destruiu o mundo.

“Fui muito rápido em entender com o mundo funciona, mas queria fazer com que os infectados sentissem que tinham uma só mente e que todos estivessem conectados. Cordyceps tem essa inteligência que os conectava, eles não eram apenas um bando de zumbis aleatórios correndo como indivíduos correndo na América. Eles tinham uma inteligência superior, eles tinham essa forma de serem poderoso em sua força de estarem conectados como uma unidade, como um cardume de peixes ou um grande bando de pássaros, eles sempre se moviam e se reuniam. Esse era o tipo de inteligência deles de serem capazes de se comunicar uns com os outros sem palavras.”

Na série, o Cordyceps é transmitido de humano para humano por meio de uma mordida, na vida real, o fungo afeta apenas insetos. Foi demonstrado que esse fungo muda de comportamento depois de crescer dentro deles, por isso foram apelidados de “fungos zumbis”.

Entretanto, fiquem tranquilos: os especialistas concordam que infecções por esses fungos não foram registradas em humanos. É muito improvável que isso aconteço devido à enorme diferença entre a estrutura do ser humano e a dos insetos.

A segunda temporada de The Last of Us está confirmada, e há mais duas fases de infectados que ainda não vimos.

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#PraTodosVerem: Imagem de capa mostra dois clickers, personagens zumbis infectados por um fungo na série The Last of Us. Crédito: HBO.

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