STJ divulga participantes da audiência pública sobre cultivo de cannabis no Brasil

Fotografia, tirada de cima para baixo, mostra um cultivo de maconha com várias inflorescências de maconha de pistilos de cor creme e folhagem variando entre o roxo e o verde-claro. Imagem: Pixabay / Pfüderi.

A audiência marcada para 25 de abril vai discutir a possibilidade de concessão de autorização sanitária para a importação de sementes e o cultivo de variedades de cannabis com baixo teor de THC para a produção de medicamentos

A ministra do Superior Tribunal de Justiça (STJ) Regina Helena Costa divulgou, na última quinta (4), o quadro definitivo de habilitados para participar da audiência pública que vai discutir a importação e o plantio de variedades da Cannabis sativacultivadas em solo nacional com baixo teor de tetrahidrocanabinol (THC), para a produção de medicamentos e outros subprodutos com fins exclusivamente medicinais, farmacêuticos ou industriais. A audiência acontecerá no dia 25 de abril, a partir das 10h.

De acordo com a ministra, a seleção dos participantes considerou diversos aspectos, incluindo a variedade de opiniões, a expertise individual e a representatividade das teses em discussão. Cada palestrante terá dez minutos para sua apresentação.

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Os expositores foram divididos em cinco painéis:

O painel 1 terá início às 10h e contará com a participação da DNA Soluções em Biotecnologia Ltda. e da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), que são partes no processo. Também vão participar dos debates o Conselho Nacional de Política Criminal e Penitenciária do Ministério da Justiça e Segurança Pública, o Ministério da Agricultura e Pecuária, e a Associação Canábica em Defesa da Vida.

Em seguida, o painel 2 vai reunir a Associação Brasileira de Estudos da Cannabis Sativa, o Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil, o Grupo de Atuação Estratégica das Defensorias Públicas Estaduais e Distrital nos Tribunais Superiores, o Ministério Público de Minas Gerais e o Instituto de Pesquisas Sociais e Econômicas da Cannabis.

Às 14h, o terceiro painel terá a presença da Rede Jurídica pela Reforma da Política de Drogas (Rede Reforma), do Laboratório de Produtos Naturais e Fitoterápicos da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, da Associação Brasileira da Indústria de Canabinoides, do Instituto InformaCann e da Associação Brasileira de Cannabise Cânhamo Industrial.

O painel 4, por sua vez, vai contar com a Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência, a Associação Brasileira das Indústrias de Cannabis, o Conselho Federal de Biologia, a Associação Nacional do Cânhamo Industrial e a Universidade Federal de São Paulo.

Por fim, o último painel, às 16h, terá como expositores a Federação das Associações de Cannabis Terapêutica do Brasil, o deputado federal Osmar Terra, a doutora Rachel Rodrigues Cavalcanti e o Conselho Federal de Medicina.

A audiência pública se dá no contexto de um incidente de assunção de competência (IAC) que tramita na Primeira Seção do STJ. O instrumento jurídico foi proposto pela ministra Helena Costa para definir a possibilidade de autorização para o cultivo de maconha com até 0,3% de THC em solo nacional. Em seu voto pela admissão do IAC, a ministra destaca haver regulamentação da Anvisa sobre a importação de extrato de CBD por pessoas jurídicas que pretendem fabricar e comercializar produtos derivados de cannabis para fins medicinais, apesar do cultivo ser proibido.

“Tais mercadorias são vendidas em território nacional sob valores elevados em decorrência dos entraves necessários à importação dos insumos, razão pela qual assinala ser um contrassenso permitir a importação de canabidiol extraído do plantio de hemp no exterior para a fabricação de medicamentos e, ao mesmo tempo, vedar o cultivo da planta no Brasil, prejudicando sobremaneira a indústria nacional”, argumenta.

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Foto de capa: Pixabay | Pfüderi.

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