Uruguai aposta no mercado mundial da maconha medicinal

Duas plantas de maconha em floração de um plantio a céu aberto e um fundo desfocado de vegetação.

Depois de acertar a regulamentação do uso recreativo da maconha, o Uruguai agora volta a atenção para o potencial econômico da erva para fins medicinais. Primeiro grande investimento estrangeiro está a um passo de se realizar.

A primeira lei do mundo que regula de maneira integral o uso da maconha é uruguaia. Quando a “Ley 19.172” foi promulgada em dezembro de 2013, no país em que o consumo já não era crime, mas sim um direito individual do cidadão, criou-se acessos legais à maconha. Hoje, estão registrados quase 7.000 cultivadores caseiros e 107 clubes de cultivo, além das 17 farmácias habilitadas a comercializar a marihuana produzida sob controle do estado, segundo os números mais recentes divulgados pelo Instituto de Regulação e Controle da Cannabis – IRCCA.

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Agora o Uruguai busca dar mais um grande passo, rumo a um aquecido e promissor mercado: o da maconha para fins medicinais.

A empresa canadense Cannapur aguarda a licença definitiva para confirmar suas instalações na cidade de Juan Lacaze e converter-se na primeira companhia da América Latina a produzir extrato de CBD (canabidiol) com fins terapêuticos, para abastecer os mercados internacionais.

Com o investimento de 53 milhões de dólares e a instalação da Cannapur em Juan Lacaze, espera-se gerar 700 vagas de empregos até 2023, quando o projeto estiver totalmente operacional, um grande recomeço para uma cidade afetada pelo fechamento de uma fábrica de papel e uma cooperativa têxtil, nos últimos dois anos, conforme informou o portal ExpoCannabis, em seu artigo “De Uruguay al mundo”.

Segundo o co-fundador da Cannapur Marco Algorta, durante coletiva de imprensa para apresentar mais detalhes sobre o empreendimento, a empresa espera criar muitos empregos. “Acreditamos que nossa empresa dará o pontapé inicial em uma indústria que gerará muitos benefícios para toda a região”.

O prefeito de Juan Lacaze, Dario Brugman, observou o impacto que teria na cidade, confirmando que a empresa pretende que 70% do quadro de funcionários seja de mulheres e pessoas acima dos 40 anos. “Esta proposta nos interessou desde o princípio pela urgência de postos de trabalho de qualidade e porque as ofertas apontam para um setor da sociedade que tem mais dificuldade de conseguir emprego”, declarou.

A canadense Cannapur se concentrará na produção de cannabis medicinal para abastecer os mercados do Canadá e dos Estados Unidos, além de produzir óleo de cannabis para os países do Mercosul, tendo o Brasil como principal cliente em potencial.

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#PraCegoVer: fotografia (de capa) de duas plantas de maconha em floração de um plantio a céu aberto e um fundo desfocado de vegetação.

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Sobre Dave Coutinho

Carioca, Maconheiro, Ativista na Luta pela Legalização da Maconha e outras causas. CEO "faz-tudo" e Co-fundador da Smoke Buddies, um projeto que começou em 2011 e para o qual, desde então, tenho me dedicado exclusivamente.
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