Pesquisadores desenvolvem bioplástico de canabidiol
Material tem potencial para uso em contexto médico, uma vez que não apresenta citotoxicidade
Utilizado em uma ampla gama de produtos, de medicamentos e suplementos dietéticos a cremes hidratantes e alimentos para pets, o canabidiol (CBD) agora está prestes a ter uma nova função: como bioplástico.
Uma nova pesquisa na revista ACS Applied Materials & Interfaces, da Sociedade Americana de Química, descobriu que o CBD é uma matéria-prima interessante para a fabricação de biopolímeros que podem ser usados em produtos como implantes médicos e embalagens de alimentos.
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“Em plantas de cânhamo criadas para conter pouco ou nenhum THC, o CBD pode representar até 20% do peso da planta. Como agora é legal em nível federal nos EUA cultivar cânhamo, o preço do CBD caiu drasticamente, abrindo a possibilidade de usar o CBD em outras aplicações”, diz um comunicado da ACS.
Assim como o ácido lático é um bom bloco de construção para o PLA, um bioplástico feito a partir de culturas como milho e cana-de-açúcar, a estrutura química do CBD tem o material certo para ser repetido como um polímero.
Para criar polímeros de canabinoides, os pesquisadores realizaram uma reação de condensação com cloreto de adipoíla e CBD ou canabigerol (CBG), produzindo um poliéster. O CBD polimérico apresentou resistência a altas temperaturas e boa elasticidade — para mostrar sua capacidade de funcionar como plástico, os pesquisadores o fundiram em forma de folha de cânhamo com um molde.
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Como os bioplásticos são frequentemente usados em contextos médicos, os autores também investigaram as propriedades bioativas dos polímeros e constataram que nem o poliéster de CBD nem o de CBG eram citotóxicos. Ao contrário do PLA convencional, o poliéster de CBD apresentou atividade antioxidante.
Segundo Gregory Sotzing, professor no Departamento de Química da Universidade de Connecticut, embora a versão em polímero do CBD não tenha os mesmos efeitos terapêuticos que na forma de óleo, futuras versões do plástico podem ser projetadas para ter propriedades anti-inflamatórias e analgésicas — e esse é o objetivo de sua startup Polycannabinoid Therapeutics Rx.
Enquanto isso, a Universidade de Troy, no Alabama, e a Cooperativa Nacional de Produtores de Cânhamo dos EUA firmaram uma parceria para pesquisar o desenvolvimento de plásticos biodegradáveis usando fibras de cânhamo.
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#PraTodosVerem: fotografia mostra uma porção de grânulos de polímero amarelos sobre uma superfície cinza. Imagem: Adrian Malec / Pixabay.
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