Estudo associa uso de maconha e insônia entre estudantes universitários

Fotografia que mostra a boca e as mãos de uma pessoa jovem que acende, com um isqueiro, um pequeno pipe de vidro de formato espiralado e em dois tons de verde. Foto: Unsplash.

A probabilidade de ter insônia foi 45% maior em usuários de cannabis em comparação com não usuários

O uso de maconha está associado a queixas de sono, principalmente insônia, entre estudantes universitários, segundo um novo estudo divulgado na Psychiatry Research.

Uma equipe de pesquisadores franceses buscou analisar a associação entre o uso de cannabis e distúrbios do sono, levando em conta o alto nível de consumo de maconha entre jovens adultos na França e evidências anteriores de que a má qualidade do sono é comum entre os estudantes.

Leia também: Uso de cannabis reduz distúrbios do sono em pacientes com TEPT, revela estudo

Os autores fizeram uma análise transversal de uma coorte de 14.787 estudantes recrutados em universidades e instituições de ensino superior na França — um estudo apoiado pela Universidade de Bordeaux que acompanha o estado de saúde de milhares de alunos desde 2013.

A equipe investigou se os participantes tiveram insônia, sonolência, má qualidade do sono e privação de sono. A frequência do uso de cannabis foi categorizada em uso diário, semanal, mensal e nunca/raramente.

Os participantes tinham entre 18 e 30 anos de idade, a maioria era do sexo feminino (75,5%), 39% eram calouros e 23% estavam cursando Estudos de Saúde.

Leia mais: Estudo relaciona o uso de cannabis com efeitos na qualidade e duração do sono

Quase 23% dos participantes relataram ter insônia, 18% sonolência, 22% má qualidade do sono e 52,5% privação de sono — 5,8% disseram usar maconha semanalmente ou diariamente.

A análise revelou que a probabilidade de ter insônia era 45% maior em usuários de maconha em comparação com não usuários.

Os pesquisadores observaram que as estimativas aumentaram de forma constante de acordo com a frequência de uso e atingiram uma probabilidade duas vezes maior de insônia em usuários diários em comparação com aqueles que nunca/raramente usavam cannabis. As outras queixas de sono mostraram associações semelhantes com o uso de maconha.

“Esses achados fornecem suporte para uma associação entre o uso de cannabis e queixas de sono, particularmente insônia, entre estudantes universitários. Embora a direção e a causalidade não possam ser estabelecidas nesse cenário, esses resultados sugerem alertar estudantes e profissionais de saúde sobre a associação entre uso de cannabis e queixas de sono”, escreveram os autores.

Leia: Risco genético para problemas de sono pode predizer comportamentos de uso de cannabis

Um estudo separado, publicado em 2022 na BMC Psychiatry, sugere que é mais provável que indivíduos com insônia usem maconha para gerenciar os sintomas do que o uso da planta provocar a condição.

Os dados de 100 participantes com depressão, 463 participantes com ansiedade e 114 participantes com ambas as condições, que gerenciavam os sintomas de insônia com o uso de cannabis, foram examinados por uma equipe de pesquisadores canadenses.

As descobertas mostram que a maconha pareceu ajudar significativamente os participantes no grupo de depressão com menos de 45 anos. Enquanto para os participantes na condição de ansiedade o uso de cannabis pareceu ajudar os sintomas em todas as idades. No grupo de participantes com ansiedade e depressão, a cannabis também foi benéfica para todas as idades.

Um outro estudo, conduzido por pesquisadores da Universidade da Austrália Ocidental (UWA), observou uma melhora dos sintomas de insônia e da qualidade do sono em indivíduos com insônia crônica que usaram um extrato de maconha sublingual.

Veja também:

A “ressaca” de maconha não compromete o desempenho, segundo estudo

Fotografia de capa: Unsplash | Alexander Grey.

Deixe seu comentário
Assine a nossa newsletter e receba as melhores matérias diretamente no seu email!