Austrália: ativistas que fizeram projeção 420 na Ópera de Sydney enfrentam acusações
Na Austrália, é considerado crime realizar publicidade em determinados espaços. Os ativistas argumentam que a projeção que fizeram não foi para fins comerciais, mas um protesto de apoio à legalização
Alec Zammitt e Will Stolk fizeram uma projeção em prol da maconha na Ópera de Sydney, na Austrália, considerada Patrimônio da Humanidade, e agora enfrentam acusações policiais pelo ato. Tudo começou em 2022, quando os ativistas australianos projetaram seus gráficos em 20 de abril, data comemorativa da comunidade canábica. Entre os designs projetados, estavam folhas de cannabis, o número 420 e mensagens como “A quem estamos ferindo?”.
Leia também – Austrália: legalizar a maconha pode economizar 1,7 bilhão de dólares por ano para os cofres públicos
Um mês antes da exibição, Zammitt fez um teste do Park Hyatt Hotel para a Sydney Opera House. Este tem uma vista panorâmica para o monumento.
Após esse primeiro protesto, Zammitt foi interrogado pela polícia, que foi até sua casa sem saber ao certo se o que estava cometendo era crime. O pessoal da polícia disse ao ativista que procuraria aconselhamento interno e entraria em contato com ele. Mas isso não aconteceu, então eles avançaram com a projeção de uma nova mensagem a favor da maconha.
Maconha na Ópera de Sydney: Rodada 2
No dia 20/4, retornaram ao hotel para realizar a segunda projeção que, desta vez, foi interrompida pelas autoridades. “A polícia invadiu a suíte do hotel onde estavam os projetores. Eles emitiram uma ofensa relacionada ao evento do mês anterior, bem como uma nova ofensa para as exibições de 20/4”, escreveu Zammitt por e-mail à High Times.
Na Austrália, é considerado crime realizar publicidade em determinados espaços, como a Ópera de Sydney. Embora seja o que dizem as acusações, os ativistas argumentam que o que fizeram não foi para fins comerciais, mas sim um protesto com uma mensagem de apoio à reforma em discussão em New South Wales (Nova Gales do Sul).
Em 31 de janeiro, eles comparecerão a um tribunal para testemunhar sobre o ocorrido. No caso de irem a julgamento e serem condenados, ambos devem pagar multa: em torno de AUD 1.100 para Stolk e Zammitt talvez pagaria o dobro por ser a segunda ofensa.
“Acreditamos que a lei australiana atual está presa no século XIX. É nosso direito constitucional poder protestar e expressar nossas opiniões políticas”, escreveu Stolk à HT em um e-mail. Este fato representa o desejo dos australianos de poderem consumir maconha sem serem perseguidos pelas autoridades. Stolk confirma que é uma luta pela liberdade pessoal e que remonta a muitos anos: “é nosso dever como australianos defender nossas liberdades que nossos antepassados lutaram tanto para proteger”.
Por Lucía Tedesco, originalmente publicado no El Planteo.
Leia também:
Imagem de capa: reprodução Youtube.
- Colômbia destina US$ 1,28 milhão para desenvolvimento da indústria de cannabis - 13 de maio de 2024
- O boom da cannabis na Espanha: vendas de 335 milhões de euros projetadas até 2030 - 6 de maio de 2024
- Os segredos da psicanálise argentina nos anos 50: revelações sobre o uso experimental de LSD - 28 de abril de 2024
- Oktoberfest: Alemanha considera restringir o consumo de cannabis no festival - 20 de abril de 2024
- Uruguai: exportações de cannabis superam US$ 27 milhões desde a legalização - 9 de abril de 2024
- Japão registra recorde de detenções de menores de 20 anos por cannabis - 6 de abril de 2024