Twitter dá sinal verde para anúncios de cannabis nos EUA

Ilustração mostra um quadrado de cantos arredondados e cor azul-escuro contendo o logo do Twitter, o desenho de um pássaro azul-claro, e um fundo em tom um pouco mais claro que o quadrado. Imagem: Unsplash | Alexander Shatov.

A política de anúncios foi relaxada para “criar mais oportunidades para o marketing responsável de cannabis”, disse o Twitter

O Twitter agora está permitindo que anúncios de cannabis sejam publicados em sua plataforma segmentando o público de estados americanos onde a maconha é legal.

A empresa atualizou sua política de anúncios na quarta-feira e tornou-se a primeira plataforma de mídia social a permitir que empresas de cannabis façam publicidade de seus produtos nos EUA.

“Permitimos que anunciantes aprovados de cannabis (incluindo CBD-canabinoides) segmentem os Estados Unidos”, desde que uma série de restrições sejam seguidas, diz o Twitter em sua política de conteúdo de anúncios sobre drogas.

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Em uma postagem de blog anunciando a mudança, o Twitter reconheceu que nos EUA a conversa sobre maconha na plataforma “é mais ampla do que a conversa sobre tópicos como animais de estimação, culinária e golfe”.

“O espaço da cannabis no Twitter é divertido e envolvente com os usuários que tuítam sobre suas experiências com o uso da cannabis — seja medicinalmente, para bem-estar ou recreação —, além de recomendar marcas, produtos e locais de varejo”, disse a empresa. “A conversa também reflete para onde a indústria da cannabis está indo atualmente: reforma legislativa/política, desenvolvimento de negócios e impacto na comunidade.”

Segundo a plataforma, a política de anúncios foi relaxada para “criar mais oportunidades para o marketing responsável de cannabis”.

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De acordo com as novas diretrizes, os anunciantes de cannabis podem segmentar os EUA desde que sejam licenciados pelas autoridades competentes e pré-autorizados pelo Twitter. Eles podem atingir apenas jurisdições nas quais estão autorizados a promover esses produtos ou serviços on-line.

Além disso, os anúncios não podem realmente promover ou oferecer a venda de maconha, a menos que sejam de produtos tópicos de CBD derivado do cânhamo (não ingeríveis) com menos de 0,3% de THC, que é o limite definido pelo governo americano.

O Twitter disse que no futuro essa restrição será removida para que “os anunciantes promovam a preferência de marca e conteúdo informativo relacionado à cannabis para CBD, THC e produtos e serviços relacionados à cannabis”.

De qualquer forma, a política do Twitter não permite que os anunciantes segmentem clientes com menos de 21 anos, usem personagens, esportistas, celebridades ou imagens/ícones apelativos para menores, usem crianças ou mulheres grávidas como modelos em publicidade, façam alegações de benefícios para a saúde ou mostrem pessoas usando cannabis.

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A mudança de política ocorre depois que Elon Musk comprou o Twitter, em outubro do ano passado, por US$ 44 bilhões — uma de suas primeiras ações como proprietário da plataforma foi demitir vários executivos de alto escalão.

Em uma conferência do TED 2022 sobre sua oferta para comprar o Twitter, Musk disse que não se importava com aspecto econômico da transação e estava comprando o Twitter para promover a liberdade de expressão.

“Por ‘liberdade de expressão’, quero dizer simplesmente aquilo que está de acordo com a lei. Sou contra a censura que vai muito além da lei”, tuitou Musk na época do acordo. “Se as pessoas quiserem menos liberdade de expressão, pedirão ao governo que aprove leis nesse sentido. Portanto, ir além da lei é contrário à vontade do povo”.

Musk é conhecido por ter causado alvoroço no Twitter, em setembro de 2018, após acender e fumar um cigarro de maconha durante sua participação ao vivo no podcast do comediante Joe Rogan. A cena ocorreu um mês após a oferta das ações da Tesla por US$ 420 cada — a transação foi concluída em dezembro do ano passado.

A decisão do Twitter também acontece após o Google atualizar suas políticas no mês passado para permitir a publicidade de determinados produtos de cannabis nos estados da Califórnia e do Colorado e em Porto Rico, território não incorporado dos EUA.

Imagem em destaque: Unsplash | Alexander Shatov.

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