Hong Kong proíbe o CBD e classifica como “droga perigosa”

Fotografia mostra seis frascos de tampa preta e rótulo branco com as palavras “CBD massage body oil”, enfileirados, e a mão de uma pessoa que segura um dos vidros, além de uma luminária circular e fumaça, ao fundo. Imagem: Nora Tam | SCMP.

Dezenas de empresas, como cafés e restaurantes, que vendiam produtos infundidos com o canabinoide estão retirando os itens das prateleiras ou fechando completamente para não serem acusadas de tráfico de drogas

Um movimento de legalização da maconha vem acontecendo em todo o mundo na última década, com mais da metade dos estados estadunidenses, o Canadá e o Uruguai já tendo regulamentado o uso adulto e vários países permitindo os usos medicinal e industrial.

Essa evolução ocorreu inclusive na Ásia, onde a Tailândia, que tem uma das leis de drogas mais rígidas do mundo, legalizou a cannabis com baixo teor de tetraidrocanabinol e promove a planta como uma cultura lucrativa que pode impulsionar a economia do país.

Hong Kong, por sua vez, está dando um passo para deixar sua política de cannabis ainda mais retrógrada e proibirá também o canabidiol (CBD) a partir desta quarta-feira (1).

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O canabinoide foi categorizado como uma “droga perigosa” e seu comércio, fabricação e posse estão sujeitos a penalidades severas, anunciaram as autoridades alfandegárias do território autônomo chinês.

Com o início do novo regulamento, a Alfândega de Hong Kong alertou que intensificará as ações de fiscalização para interceptar os movimentos de importação e trânsito de produtos de CBD em vários canais e pediu aos habitantes que estejam cientes da presença de canabidiol em produtos comprados dentro e fora do território.

“Em caso de dúvida, o público não deve correr o risco de comprar esses produtos ou trazê-los de volta para Hong Kong. A alfândega apela ao público para que fique alerta e não participe de atividades de tráfico de drogas para retorno monetário”, alerta o Departamento de Alfândega em um comunicado.

 

 

A portaria de drogas perigosas de Hong Kong agora classifica o CBD em uma lista de cerca de 200 substâncias, incluindo heroína, cocaína e fentanil, e o seu tráfico e fabricação estão sujeitos a uma penalidade máxima de multa de HK$ 5 milhões (R$ 3,2 milhões) e prisão perpétua. A posse e o consumo de CBD estarão sujeitos a uma multa máxima de HK$ 1 milhão (R$ 650 mil) e prisão de sete anos.

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Os produtos infundidos com canabidiol, como óleos, gomas, itens de beleza e guloseimas para cães, ganharam popularidade em Hong Kong nos últimos anos. O primeiro café de CBD do território foi inaugurado em 2020 e oferecia uma variedade de alimentos e bebidas com infusão do canabinoide, como café, chá, kombucha, chocolates e biscoitos.

Agora, várias empresas de Hong Kong serão obrigadas a retirar todos os itens de CBD das prateleiras ou até fechar as portas para não serem acusadas de tráfico de drogas.

O governo honconguês diz que, apesar de o canabidiol não produzir efeitos eufóricos nos usuários, é difícil isolar o CBD puro da cannabis, uma vez que pode restar vestígios de THC no processo de produção.

Segundo a HKFP, o Departamento de Segurança de Hong Kong consultou representantes dos setores médico, de bem-estar social e comercial sobre a medida proposta em junho do ano passado e a maioria apoiou a proibição.

Hong Kong começou a reprimir os vendedores de CBD em novembro de 2021, com mais de 30.000 produtos de CBD suspeitos de conter THC apreendidos.

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Imagem em destaque: Nora Tam | SCMP.

 

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