“Vamos abastecer o mercado brasileiro com CBD muito mais barato”, diz Fabio Bastos
Brasileiro, dono da Sediña, fecha parceria com laboratório sul-americano para abastecer país com extrato de maconha rico em CBD a preços reduzidos. O extrato é usado no tratamento de diversas doenças, entre elas epilepsia refratária.
O carioca Fábio Bastos, 35 anos, trocou o jornalismo pela oportunidade de trabalhar legalmente com a planta após a regulação da maconha no Uruguai. O brasileiro fundou a multinacional uruguaia Sediña, especializada na produção e exportação do cânhamo, o primo careta da erva. Agora, Fábio decidiu importar para o Brasil o extrato de maconha, o que, segundo ele, pode baratear muito o custo do tratamento de pacientes medicinais que dependem do CBD por aqui.
Com a flexibilização das leis sobre a produção, venda e consumo da maconha em diversos países e a expansão da marca, Bastos começou a trabalhar em conjunto com o China’s Hemp Research Centre, órgão do governo chinês responsável por pesquisar sobre as propriedades e o uso da Cannabis Sativa, para agora pensar na importação.
Da China para o Brasil
Mais do que um negócio “na” China, essa parceria com o governo chinês para produção de uma linha completa de produtos de cânhamo, inclusive o óleo rico em CBD, é para trazer ao Brasil produtos que cheguem a um valor justo e compatível com a realidade econômica do país.
“Nosso objetivo é fazer com que o brasileiro mais carente tenha acesso, que chegue barato às farmácias para que as pessoas possam se tratar, sem ter que enriquecer europeus ou americanos”, diz Fábio Bastos.
Bastos pretende entrar no mercado nacional após todas as autorizações da ANVISA, que deve acontecer em 2017. Segundo ele, a plantação já está ativa na China com a finalidade de produzir fibras, sementes, óleos e extratos ricos em CBD.
“Todas as nossas sementes estão de acordo com os parâmetros do Hemp industrial, inclusive estamos fornecendo para duas empresas no Uruguai, o que evidência a aprovação da nossa matéria prima” e complementa: “O óleo produzido a partir de uma planta cultivada com essa semente possuí baixo índice de THC (0,3%) e um alto nível de CBD, que pode chegar até 90%.”
Diante deste cenário, a ideia inicial é abastecer o mercado sul-americano que segundo Bastos será feito por um laboratório que é capaz de realizar toda a distribuição na América Latina, a partir de 2017.
Fabio Bastos, que possuí uma articulação mundial no mercado da maconha e conta com o apoio de diversas empresas, disse que “o governo chinês está empenhado nesse mercado, pois eles sabem a diferenciação da maconha para o cânhamo. Vamos abastecer o mercado brasileiro com CBD muito mais barato”.
Sob forte expectativa, Fabio diz que “no Futuro o intuito é que o cultivo, a produção e comercialização ocorra toda no Brasil, com matéria-prima (sementes) chinesa. Daremos empregos e movimentaremos a economia nacional, além de proporcionar um produto com um custo ainda mais reduzido”.
Para economia do país, já está comprovado através do relatório divulgado pela Consultoria Legislativa da Câmara dos Deputados que a legalização da maconha renderia uma receita de R$ 5,7 bilhões arrecadados em impostos – valor que, segundo especialistas, pode aumentar para R$ 41 bilhões -, um montante que poderia facilmente dobrar caso tivesse sido levado em consideração o cânhamo industrial.
Aguardamos ansiosos a chegada de 2017 para a chegada do extrato de Bastos no Brasil.
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