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Foto mostra um frasco âmbar-escuro de tampa preta à frente de três folha de cannabis. Imagem: Freepik.

Primeiro extrato completo de cannabis fabricado no Brasil chega às farmácias

Produto é totalmente produzido no país, com exceção do processo de cultivo, que ainda é proibido pela legislação brasileira

O primeiro extrato de cannabis fabricado no Brasil chegou às prateleiras das principais farmácias do país. Aprovado pela Anvisa no início do ano, o produto é classificado como “full spectrum”, o que significa que contém todo o espectro de canabinoides naturalmente presentes na planta da maconha, como o canabidiol (CBD), o tetraidrocanabinol (THC) e o canabigerol (CBG), além de outros compostos como os terpenos e flavonoides.

Embora outros extratos de maconha full spectrum já estejam disponíveis nas farmácias brasileiras, o novo produto é o primeiro produzido no Brasil. Fabricado pela farmacêutica mineira Ease Labs, o extrato contém 25 mg/ml de canabidiol e menos de 0,2% de tetraidrocanabinol, concentração máxima permitida pela Anvisa.

“É o primeiro produto contendo THC fabricado no Brasil e aprovado pela Anvisa. Ele irá beneficiar pacientes de diferentes doenças e ainda traz o diferencial de preço, segurança e qualidade de produção de uma empresa como a nossa, que atua com a cadeia de suprimentos ágil, verticalizada e que já detém grande parte das etapas do processo de fabricação dos produtos de cannabis”, declarou Gustavo Palhares, CEO e cofundador da Ease Labs, em um comunicado à imprensa.

Mesmo com o cultivo da planta sendo realizado na Colômbia, uma vez que a legislação brasileira proíbe o plantio, a realização dos demais processos no Brasil, como a purificação do insumo e a formulação do produto final, torna o extrato mais barato. Os altos custos atualmente praticados no mercado restringem o acesso aos produtos de cannabis à parcela da população com maior poder aquisitivo.

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Este é o segundo produto da Ease Labs produzido no Brasil, sendo que o primeiro foi o CBD isolado, disponível nas farmácias nacionais desde o início do ano e disponibilizado gratuitamente pela rede pública do estado de São Paulo — a farmacêutica venceu a licitação que inclui o canabidiol no SUS Paulista para o tratamento de epilepsia refratária decorrente de algumas síndromes.

Os extratos de maconha, como o produzido pela Ease Labs, podem ser usados para o tratamento de dores crônicas, Parkinson, Alzheimer, Transtorno do Espectro Autista, esclerose múltipla, fibromialgia, náuseas e vômitos resultantes dos tratamentos para o câncer, distúrbios do sono e entre outras condições, segundo um número crescente de evidências científicas sobre os benefícios medicinais da cannabis.

Desde a publicação da resolução RDC 327/2019, que criou a categoria de “produtos de cannabis” como uma alternativa ao registro de medicamentos para atender às necessidades dos pacientes, a Anvisa já aprovou cerca de 40 produtos derivados de maconha, entre extratos e isolados de canabidiol.

E maio deste ano, a diretoria colegiada da Anvisa aprovou o relatório de análise de impacto regulatório sobre os produtos de cannabis. O documento apoia a manutenção das regras atuais sobre a autorização para comercialização e dispensação, previstas na RDC 327. Os remédios autorizados sob essa resolução são fabricados e comercializados mediante a emissão de uma autorização sanitária.

Atualmente existem três vias reguladas para o acesso ao tratamento à base de maconha: o medicamento registrado e comercializado no país (Mevatyl); importação direta pelo paciente de produto fabricado no exterior, mediante prescrição médica; e os produtos de cannabis, comercializados nas farmácias.

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Imagem de capa: Freepik.

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Joel Rodrigues

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