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ONG que cultiva cannabis para tratamento de pacientes é alvo de operação policial em São Paulo

“Todas as operações do instituto são conduzidas dentro da legalidade, tendo o instituto habeas corpus e autorização judicial para o plantio e a produção destes remédios”, declararam os advogados da entidade em nota

O Instituto CuraPro, organização que cultiva cannabis e produz o óleo para tratamento médico de seus associados, foi alvo de uma operação policial nessa terça-feira (16). A associação, sediada na cidade de São Paulo, teve várias plantas e produtos derivados apreendidos como resultado de um mandado de busca e apreensão referente a um processo em segredo de justiça.

Além da apreensão, quatro funcionários foram detidos e conduzidos à delegacia. Após a atuação dos advogados do Instituto CuraPro, três colaboradores foram liberados. Um funcionário permaneceu detido até esta quarta-feira (17), quando foi realizada uma audiência de custódia.

“Esses produtos são essenciais para o tratamento de milhares de pacientes que sofrem de doenças como Parkinson, epilepsia, paralisia cerebral, câncer, dores crônicas e diversas outras doenças graves”, afirmaram os advogados do Instituto CuraPro, Luiz Garcez, Raphael Kormorczi e Felipe Soares, em uma declaração à imprensa.

Segundo a organização, todas as suas operações são conduzidas dentro da legalidade, sendo que o instituto possui habeas corpus e autorização judicial para o plantio e produção dos remédios.

“Os pacientes atendidos pelo instituto também possuem, além de indicação médica, autorização judicial para a obtenção dos medicamentos derivados de cannabis”, explicaram os advogados.

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De acordo com a declaração, ainda foi registrada a destruição sumária de todas as plantas destinadas à produção de medicamentos causando enormes prejuízos aos pacientes associados ao instituto.

“São em torno de 2 mil pacientes de câncer, depressão, Parkinson, dores crônicas, autismo e outras doenças graves. Os prejuízos são incalculáveis, já que a autoridade policial simplesmente destruiu toda a plantação e material para produção de remédios arbitrariamente. Denúncia anônima que ignora, solenemente, que se trataria de uma ONG”, afirmou a defesa à Fórum.

O CuraPro se descreve como uma “organização humanitária, altruísta, de ajuda, beneficente, solidária, apartidária, composta por um coletivo de pessoas, que ou são pacientes ou são familiares de pacientes, e utilizam a cannabis medicinal para tratar enfermidades complexas”.

“O Instituto CuraPro Acolhe Vidas atua em âmbito nacional a fim de ocupar o grande buraco deixado pelo Estado quando se fala no uso da cannabis medicinal, seu poder curativo em tratamentos de doenças e a sua utilização por pessoas que têm o direito de buscar a saúde para tratar suas enfermidades”, afirma a entidade.

Paciente de cannabis e vice-coordenador da Frente Parlamentar da Cannabis Medicinal da Assembleia Legislativa de São Paulo, o deputado Eduardo Suplicy (PT) usou suas redes sociais, nesta quarta-feira, para criticar a atitude da Polícia Militar de São Paulo e do governo do estado.

“Vergonhosa e covarde a atitude do governador Tarcísio Gomes de Freitas de tirar o óleo de cannabis de crianças autistas e pacientes com doenças graves, como epilepsia, paralisia cerebral e outros. A operação policial no Instituto CuraPro com a truculência da Polícia Militar prejudicando dezenas de pacientes atendidos, gerando enormes prejuízos e destruição das plantas usadas para extrair o óleo em um dos imóveis da instituição que tanto luta para se manter e atender a quem mais precisa, deve ser apurada e o governador deve responder por isso”, declarou Suplicy.

O Instituto CuraPro foi uma das cinco entidades vencedoras do edital de emendas da Frente Parlamentar da Cannabis da Alesp. A instituição recebeu um aporte financeiro de R$ 156.350,00 para custear o projeto “Plantando Saúde e Conhecimento: Cannabis na Favela”, que tem o objetivo de levar médicos e tratamento à base da planta gratuito, bem como cursos técnicos e profissionalizantes sobre cannabis medicinal, para a comunidade de Paraisópolis.

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Imagem de capa: Instituto CuraPro.

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Joel Rodrigues

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