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Por que a Meta insiste em nos calar?

Em menos de 45 dias, a Meta suspendeu os perfis principal e secundário da Smoke Buddies no Instagram, dedicados ao compartilhamento das notícias diárias sobre maconha produzidas pelo portal e de conteúdos exclusivos sobre o tema

Impossível dissociar a história da Smoke Buddies das redes sociais. Afinal, foi no Facebook, em 25 de janeiro de 2011, que alguns amigos de fumaça criaram o primeiro grupo secreto para compartilhar vivências e informações sobre maconha, uma sementinha do que, anos mais tarde, viria a se tornar a maior comunidade virtual e uma das principais empresas de comunicação sobre cannabis e política de drogas do Brasil.

A trama que tece essa história, porém, é feita de nós e enroscos desde o início. Com a rápida popularização do grupo Smoke Buddies, que chegou a 500 mil membros em questão de poucos meses, logo veio a primeira derrubada pela plataforma de Mark Zuckerberg. O baque foi tão grande quanto a resistência: em menos de 12h, tínhamos cerca de 300 mil pessoas no novo grupo – que também foi derrubado. As tentativas de conter a expressão da cultura canábica no Facebook só fizeram espalhar ainda mais a voz dos buddies, e nessa de derrubadas e retomadas, surgiram mais de 70 grupos, entre oficiais e não oficiais, que levam o nome Smoke Buddies, além do portal de notícias, que reúne artigos sobre maconha em um espaço fora do alcance das restrições impostas pelas redes sociais.

Em 2024, além do portal, que recebe cerca de 300 mil visitantes mensais, as comunidades e os perfis oficiais da Smoke Buddies nas redes da Meta (que incluem o Facebook, o Instagram e o WhatsApp) formavam uma audiência de mais de um milhão de pessoas interessadas em participar das conversas que pautamos, apuramos e produzimos com rigor, responsabilidade, profissionalismo e muita dedicação.

Eis que, em 31 de junho deste ano, o principal perfil da Smoke Buddies no Instagram, que reunia mais de 243 mil seguidores, foi desabilitado pela Meta, sem aviso prévio, sob a alegação de que nosso conteúdo fere as diretrizes da comunidade. No comunicado que informa sobre a suspensão da conta, a empresa responsável pelo Instagram sugere erroneamente que agimos em desacordo com as regras, que, segundo a nota, proíbem que “comprem, vendam ou troquem itens que governos baniram ou restringiram”. E exemplifica que não é permitido “vender tabaco, álcool ou drogas”, entre outros. O que, vale reforçar, nunca aconteceu nos nossos perfis.

Lamentavelmente, como são comuns as práticas de restrição e banimento de contas que ousam falar sobre maconha sob um viés antiproibicionista, ainda que de maneira responsável, a Smoke Buddies mantinha um perfil secundário, com mais de 28 mil seguidores, que foi suspenso menos de 45 dias após a derrubada do principal, na manhã desta quinta (12).

Além da enorme frustração por perder subitamente uma parte da audiência que acessava nossos conteúdos editoriais a partir do Instagram e contribuía para uma rica discussão pública sobre o tema, lamentamos mais profundamente a perda de registros jornalísticos históricos e de um trabalho gigantesco, nosso e de nossos colaboradores, colunistas e clientes, desperdiçado com a queda desses perfis.

Estamos tomando as providências jurídicas cabíveis e não desistiremos de semear e cultivar informação de qualidade sobre maconha, agora pelo perfil @smoke_buddies_oficial. A Meta insiste em nos calar, mas nós resistimos e persistimos na missão de manter aceso o debate, em todos os espaços virtuais possíveis, sobre uma política de drogas – e de conteúdo – que seja mais justa.

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Smoke Buddies

Desde 2011, a Smoke Buddies se dedica a produzir e compartilhar notícias relevantes sobre políticas sobre drogas e maconha, no Brasil e no mundo, e informar pessoas interessadas no tema.

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