A Terra do Sol Nascente tem historicamente mantido uma postura rígida em relação à maconha, mas isso pode mudar em breve
Nesta semana aconteceu a última luta do Nagoya Basho, um dos seis torneios profissionais de sumô no Japão, um país onde a reforma da cannabis parece estar no horizonte. Neste contexto, ressoa na memória coletiva um acontecimento ocorrido em 2008, que envolveu quatro lutadores e o uso de cannabis.
Um grupo de sekitori (das divisões superiores) esteve envolvido em prisões, demissões e testes de drogas positivos. Os russos Wakanohō, Rohō e Hakurozan e o japonês Wakakirin foram demitidos da Associação Japonesa de Sumô (JSA) por questões relacionadas à cannabis.
Este incidente marcou a primeira vez que lutadores ativos foram banidos do esporte por uso de drogas e levou à renúncia do então presidente da JSA, Kitanoumi Toshimitsu.
Além do torneio de sumô: a possível reforma da cannabis no Japão
O Japão tem historicamente mantido uma postura rígida contra a cannabis, influenciada pela Lei de Controle da Cannabis de 1948. No entanto, nos últimos anos, surgiram sinais de uma possível reforma.
Em novembro de 2023, o Ministério da Saúde, Trabalho e Bem-Estar foi encarregado de desenvolver novos regulamentos e padrões para os níveis de THC em produtos de cannabis, o que poderá representar a primeira mudança significativa nos regulamentos sobre cannabis em 75 anos.
A proposta permitiria a legalização dos produtos de CBD e o alinhamento às normas internacionais que estabelecem um limite de 0,3% de THC no produto final. Isto facilitaria o acesso a medicamentos mais eficazes, como o Epidiolex, e poderia abrir novas oportunidades para pesquisa e desenvolvimento de outros canabinoides não psicoativos, como o CBN e o CBG.
Então, se a reforma for adiante, as regras do sumô poderão mudar?
Por Lucía Tedesco, publicado originalmente no El Planteo.
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Imagem de capa: Pixabay / Sumo_img.