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Fotografia mostra a Torre Eifel, em Paris, capital francesa. Foto: Pixabay.

Olimpíadas: como é a política de drogas na França?

Os Jogos Olímpicos de 2024, sediados em Paris, levantam questões relacionadas ao uso e à política de drogas na França

Com o início da Olimpíada de Paris, os olhares se voltam à França. Afinal, como o país que sedia os Jogos Olímpicos de 2024 encara a questão do uso de drogas? Como é a política francesa nesse sentido?

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Nos últimos meses, a França vem realizando uma espécie de “varredura” pelas ruas da cidade, principalmente nas regiões centrais, nos metrôs e nos locais onde ocorrerão as competições esportivas. Essa mobilização tem sido vista sob diversas óticas, umas consideradas boas e outras nem tão boas assim. Isso por que o número de moradores de rua e usuários de crack aumentou 18% em Paris e muitas pessoas que moram nos bairros próximos se sentem inseguras. Por outro lado, a forma como o Governo vem empenhando esforços para retirar os moradores de rua não tem sido vista positivamente, visto que eles estão retirando essas pessoas das ruas e realocando para outras regiões, sem prestar um serviço de assistência social e saúde pública.

Iniciativas como esta para promover um espaço mais seguro para turistas e atletas que estão chegando em Paris para a Olimpíada mostram a forma como a política de drogas na França ainda é considerada engessada e até conservadora por muitos franceses e pessoas que fazem uso de cannabis, por exemplo. Por esse motivo, é crucial entender como as leis e regulamentações funcionam neste país, seja para quem está indo visitar e assistir aos jogos e até mesmo para os atletas que fazem uso do CBD.

Política de drogas na França

Atualmente, a França mantém uma política considerada rigorosa em relação à cannabis, tanto para uso recreativo quanto medicinal. No caso do recreativo, é ilegal a posse, venda e cultivo da planta, sendo puníveis por lei. As penalidades variam dependendo da quantidade em posse e da interação do indivíduo — uso pessoal ou tráfico. Geralmente, as penas envolvem multas e, em casos mais graves, pena de prisão.

Para o uso medicinal, a França adotou uma abordagem mais restritiva em comparação com outros países europeus. Em 2013, o país legalizou o uso de medicamentos à base de cannabis, mas apenas para casos específicos e sob condições muito estritas. Os produtos de cannabis medicinal devem ser autorizados pela Agência Nacional de Segurança de Medicamentos e Produtos de Saúde (ANSM) e estão sujeitos a prescrição médica rigorosa.

Existe um debate em curso sobre liberação das leis de cannabis, especialmente no contexto medicinal e terapêutico. Algumas iniciativas legislativas foram apresentadas para expandir o acesso à planta, mas ainda não houve mudanças significativas na política nacional.

O ministro das Finanças, Bruno le Maire, reiterou sua posição acerca da descriminalização da cannabis como não sendo viável. Ainda, fez uma comparação na qual disse que a cannabis é considerada legal e a cocaína chique, mas na realidade as duas são venenosas e destrutivas. Mesmo a França sendo um dos maiores consumidores de cannabis na Europa, ela tem uma das leis mais rígidas contra o uso de drogas.

O THC ainda é classificado como narcótico no país, com limite máximo de até 0,3% para qualquer planta de cannabis. O CBD é legal, desde que a planta não exceda os níveis permitidos de THC, e não é difícil encontrar lojas com diversos produtos ricos em canabidiol, como bebidas e cosméticos. Embora existam muitos estigmas em torno da planta, ela vem sendo muito discutida por médicos, especialistas de saúde e pesquisadores sobre o uso em pacientes para diversas condições médicas. Uma pesquisa feita em 2019 pelo Observatório Nacional de Drogas e Tendências Aditivas apontou que 91% dos franceses dizem ser favoráveis à prescrição de medicamentos à base de cannabis para “certas doenças graves ou crônicas”.

Mesmo com suas leis burocráticas, é possível encontrar pontos de vendas de chás, bebidas, cremes e outros produtos à base de CBD em diversas localidades da França. Sendo um dos países europeus que mais consomem cannabis, não é difícil ter acesso à planta pelas ruas de Paris e outras cidades.

Mesmo com diversos países como a Alemanha, Canadá e Brasil mostrando mais abertura ao uso de maconha, descriminalizando e aplicando diversas campanhas e políticas públicas para educar os usuários e não usuários a respeito dos benefícios e malefícios da planta, a França ainda se mantém reclusa e pouco receptiva, e isso reflete na saúde, segurança e acesso da população.

Testes antidoping nas Olimpíadas

A Unidade de Integridade do Atletismo (AIU) apontou que houve “falhas” nos anos anteriores em relação aos testes antidoping, de acordo com os níveis de competição. Neste ano, o órgão regulador do Atletismo Mundial apoiou as orientações da AIU para que atletas considerados da categoria não elite pudessem ser elegíveis para competir em Paris somente se eles dessem, no mínimo, três amostras sem aviso prévio no treinamento nos 10 meses até 4 de julho.

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Além disso, testes mais rigorosos serão exigidos para atletas em eventos de resistência, fornecendo uma amostra de sangue para seu passaporte biológico e um teste para EPO — hormônio estimulante do sangue proibido no esporte.

Essa rigorosidade nos testes pode ser considerada reflexo de um país que possui políticas de drogas mais rígidas e menos flexíveis em relação ao uso da maconha e seus derivados. Atletas brasileiros como a Lívia Avancini, Max Batista e Hygor Gabriel foram vetados pela World Athletics por não terem sido submetidos a três testes antidoping surpresa nos 10 meses que antecederam o final do período de classificação. Esse critério que foi anunciado em março e aplicado em poucos países é considerado por muitos ilegal e prejudica atletas que não têm responsabilidades por serem testados. A pauta da política de drogas se faz presente e necessária a todo o momento, mas principalmente em grandes eventos como as Olimpíadas, onde profissionais podem ser desclassificados por conta do uso da planta, visto que muitos a utilizam para fins medicinais e terapêuticos. Por esse motivo, falar sobre cannabis e a sua importância para a saúde física e mental se faz cada vez mais fundamental, pois já existem diversas evidências científicas mostrando os benefícios para o tratamento de várias condições médicas como a ansiedade, depressão, câncer, dores crônicas, recuperação muscular e tantas outras.

Potencial do mercado de cannabis para atletas

O mercado da cannabis é muito vasto e tem uma alta capacidade de exploração voltado para o universo esportivo. O potencial de crescimento se mostra cada vez mais favorável, principalmente após a Agência Mundial Antidoping (Wada) aumentar o limite de THC permitido nos testes e, a partir de 2018, retirar o CBD da lista de substâncias proibidas.

Essas iniciativas são uma abertura para que marcas esportivas, empresas do setor canábico e atletas possam investir mais no uso e na divulgação de produtos à base de CBD. Por conta de seus princípios medicinais e terapêuticos para atletas ou mesmo para pessoas que buscam por hábitos mais saudáveis, se mostra um excelente tipo de negócio para quem deseja explorar novos investimentos, aumentar o potencial de patrocínio e produzir produtos específicos para atletas.

Como falamos ao longo do artigo, existem inúmeros benefícios atrelados ao uso da cannabis na vida dos atletas como a recuperação muscular, alívio de dores devido a treinos intensos e lesões repetitivas, gerenciamento do estresse e ansiedade, melhora na qualidade do sono, dentre outros pontos positivos.

A Kaya Mind produziu um relatório com informações valiosas sobre Cannabis e esportes, nele você encontrará a contextualização do esporte, propriedades terapêuticas da planta, entrevistas muito interessantes e outras informações sobre os benefícios que a Ccnnabis proporciona para os atletas.

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Foto de capa: Pixabay.

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Kaya Mind

A Kaya Mind é um núcleo de soluções e inteligência que explora o mercado da cannabis de forma estratégica para transformar dados em insights valiosos e personalizados, adaptando-se às necessidades e demandas do público. Como a primeira empresa brasileira do ramo no setor canábico, temos a responsabilidade de acompanhar as tendências para garantir segurança, transparência e imparcialidade das informações, buscando contribuir na educação e construir soluções potenciais para indivíduos, negócios e sociedade.

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