As solicitações para importação de produtos de cannabis também atingiram um recorde histórico em 2024, segundo anuário do setor
O mercado brasileiro de cannabis com fins medicinais registrou um crescimento de 22% no último ano, segundo o Anuário da Cannabis Medicinal, publicado pela Kaya Mind, atingindo um valor de R$ 852 milhões até o fim de 2024. Com um potencial estimado em R$9,4 bilhões, sem incluir condições transversais como dor crônica, estresse e insônia, o segmento pode beneficiar mais de 6,8 milhões de pessoas que poderiam se tratar com a planta, o que representa 3,4% da população. Atualmente, mais de 672 mil brasileiros são pacientes de cannabis: 53% se declaram do sexo feminino, com idade média de 45 anos.
Os avanços do último ano são respaldados por dados que apontam um recorde histórico do número de solicitações de importação de produtos à base de cannabis pela Anvisa, mais de 16.495 pedidos aprovados, de autorizações sanitárias (62) e de registros de produtos pela agência (56). O aumento significativo no número de cursos especializados para médicos e farmacêuticos também foi citado no documento.
No que diz respeito às pesquisas científicas, o anuário revela que 40 instituições brasileiras têm autorização para conduzir estudos científicos com cannabis. Desde 2015, a Anvisa concedeu 89 autorizações para pesquisas com cannabis sendo 72 projetos únicos e 17 renovações. A Unicamp é a universidade responsável por mais projetos, sete atualmente, seguida da Unesp, com cinco.
Sobre avanços no legislativo, o documento aponta que todos os estados brasileiros tramitam ou já aprovaram em suas Assembleias Legislativas projetos de lei sobre políticas públicas em cannabis com fins terapêuticos, sendo oito estados em tramitação e 18 estados, mais o Distrito Federal, com leis promulgadas. O Brasil gastou, segundo o anuário, R$264 milhões com fornecimento público de produtos derivados da planta de 2015 até a metade de 2024.
O Anuário também aponta para a necessidade de avanços na produção nacional de insumos farmacêuticos ativos (IFA), atualmente restrita a apenas 5% do que é consumido no país. Além disso, iniciativas para reduzir o custo dos tratamentos e aumentar o acesso aos produtos nas farmácias públicas são vistas como prioritárias.
Foto de capa: freepik.
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