Um componente menos conhecido da maconha, o canabigerol (CBG) é um “agente terapêutico promissor” com potencial para tratar câncer e dor, diz estudo
Uma revisão de pesquisa científica sobre o canabigerol, publicada no periódico Molecules, revela que o canabinoide tem o “potencial para modular múltiplos processos fisiológicos”, o que poderia dar a ele “poder terapêutico para aliviar várias condições, incluindo câncer, distúrbios metabólicos, dor e processos inflamatórios, entre outros”.
“Embora a pesquisa sobre o CBG ainda esteja em seus estágios iniciais, seu mecanismo molecular único e perfil terapêutico promissor justificam uma exploração mais aprofundada”, diz o estudo.
As potencialidades do CBG permitem investigar várias aplicações terapêuticas do composto, incluindo neuroproteção, propriedades antibacterianas, hipotensão, tratamento de câncer, controle da dor e síndrome metabólica. A revisão aponta que o tratamento com canabigerol também demonstrou melhorar a função motora e reduzir marcadores de estresse no cérebro dos pacientes.
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Em relação à dor, o estudo sugere que, ao reduzir a sinalização da dor no sistema nervoso, o CBG pode oferecer alívio para condições de dor crônica. “Esta descoberta se soma ao crescente corpo de evidências que sugerem o papel potencial do CBG na proteção do sistema nervoso ao controlar a dor.”
O relatório também analisa as evidências dos efeitos anti-inflamatórios do CBG, que podem ser úteis no tratamento de doenças inflamatórias intestinais — incluindo doença de Crohn e colite ulcerativa — artrite reumatoide, asma alérgica e lesão hepática.
Sobre o câncer, os autores afirmam que “evidências acumuladas comprovaram as propriedades antitumorigênicas do CBG, demonstrando sua eficácia na redução da proliferação celular, migração e sobrevivência em vários tipos de tumores, incluindo câncer de próstata, glioblastoma, carcinoma colorretal, câncer de pâncreas e câncer de mama”.
Foto de capa: Ryan Lange | Unsplash
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