Iniciativa pretende fomentar o debate sobre o uso da planta e seus derivados, como o cânhamo, como matéria-prima, desenvolvendo um novo setor da economia de forma ecológica e sustentável de Florianópolis (SC)
A Câmara Municipal de Florianópolis recebeu a proposta do vereador Leonel Camasão (PSOL) de instaurar a Frente Parlamentar em Defesa da Cannabis Industrial para incentivar o desenvolvimento de pesquisas, debates e startups que utilizem a fibra extraída da planta em produtos industrializados, como, por exemplo, cosméticos e plásticos vegetais, que são biodegradáveis e não causam poluição.
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Os impactos ambientais da indústria da cannabis podem ser gigantescos. De acordo com o centro Hudson Carbon, o cânhamo pode capturar 16 toneladas de dióxido de carbono anualmente. Na área têxtil, o cânhamo consome menos litros de água (2,9 mil para 1 kg) em relação a outras matérias primas, como o algodão (10 mil para 1 kg).
Segundo o requerimento, a aliança “promoverá a discussão de políticas públicas de regulamentação, pesquisa e acesso seguro à maconha”. Dessa forma, o parlamento deverá convidar especialistas, gestores, advogados, empresários e cidadãos que possam contribuir com o debate.
“Queremos que mais pessoas tenham acesso às inovações médicas”, afirma o vereador. “Mas existe um potencial gigante de aquecer a economia e gerar empregos em vários setores. Sem falar que podemos gerar substitutos ecológicos para plásticos, papel e tecidos. E ainda existe o mercado do uso recreativo, que precisa ser desestigmatizado”, argumenta.
Santa Catarina é destaque no estudo do cânhamo industrial. A Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) mantém o Pólo de Desenvolvimento e Inovação em Cannabis, investigando o uso na indústria têxtil em Blumenau, no Vale do Itajaí, na medicina veterinária e na produção de biocombustíveis.
Foto de capa: Foto Nicky | Pixabay.
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