Fotografia mostra vista aérea de cédulas de dólar americano. Foto: Vladimir Solomianyi | Unsplash

Estados Unidos gastaram US$13 bi em ações internacionais contra o narcotráfico na última década

Relatório aponta que o montante gasto pelos Estados Unidos com a guerra às drogas internacionalmente é maior do que o investimento em educação, abastecimento de água, saneamento básico e direitos das mulheres em países de baixa e média renda

Quase US$ 13 bilhões do dinheiro dos contribuintes dos EUA foram alocados para atividades de “combate ao narcotráfico” internacionalmente desde 2015, segundo um relatório divulgado pela organização Harm Reduction International. Esse valor é mais do que o governo dos EUA gastou em educação primária ou abastecimento de água e saneamento em países de baixa e média renda ao redor do mundo no mesmo período.

O documento intitulado A World of Harm mostra como a priorização das medidas punitivas sobre as respostas baseadas na saúde se traduziu em um aumento das violações dos direitos humanos, incluindo os programas de reabilitação forçosa e a criminalização.

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Os efeitos danosos das ações internacionais estadunidenses incluem consequências na saúde dos colombianos, através de atividades de destruição de plantações financiadas pelos EUA, incluindo fumigação aérea com produtos químicos tóxicos; repressão no México, onde a guerra contra as drogas apoiada pelos EUA está cada vez mais militarizada; e abusos de direitos humanos e aumento das taxas de HIV nas Filipinas, onde milhões de dólares da USAID apoiaram a ‘reabilitação forçada’ de pessoas que usam drogas em meio a um esforço para expandir “comunidades livres de drogas”.

O apoio dos EUA para a repressão às drogas internacionalmente inclui assistência financeira, material e técnica e envolve várias agências do governo, incluindo o Departamento de Defesa (DOD), Agência Central de Inteligência (CIA), Agência de Segurança Nacional (NSA), Departamento de Estado, Departamento de Segurança Interna, Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional (USAID) e o Departamento Federal de Investigação (FBI), bem como a infame Drug Enforcement Administration (DEA), sob o Departamento de Justiça (DOJ). Em 2023, a DEA tinha 93 escritórios estrangeiros em 69 países.

O relatório recomenda que o país “pare de usar o dinheiro dos contribuintes para apoiar respostas punitivas às drogas em todo o mundo, incluindo o uso de ajuda externa dos EUA, supostamente para acabar com a pobreza e atingir as metas de desenvolvimento global, para atividades de ‘controle de narcóticos'”.

Foto de capa: Vladimir Solomianyi | Unsplash.

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