Consumo de maconha por jovens estadunidenses atingiu o nível mais baixo das últimas três décadas, acompanhando a queda no uso de outras drogas
O uso de drogas por adolescentes nos Estados Unidos continuou a cair em 2024, de acordo com o relatório anual Monitoring the Future, conduzido por pesquisadores da Universidade de Michigan. Em relação à maconha, os níveis de uso nos últimos 12 meses em 2024 foram os mais baixos nas últimas três décadas.
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“Muitos especialistas na área previram que o uso de drogas ressurgiria conforme a pandemia recuasse e as restrições de distanciamento social fossem suspensas”, diz Richard Miech, líder da equipe do estudo. “Acontece que os declínios não apenas duraram, mas caíram ainda mais.”
O número de alunos entre o 8º e o 12º ano escolar que se abstiveram do uso de drogas atingiu níveis recordes em 2024, com abstenção definida como nenhum uso de álcool, maconha ou cigarros de nicotina ou cigarros eletrônicos nos últimos 30 dias.
A porcentagem de alunos que se abstiveram do uso dessas drogas em 2024 foi de 67% no 12º ano (comparado a 53% em 2017, quando foi medido pela primeira vez), 80% no 10º ano (comparado a 69% em 2017) e 90% no oitavo ano (comparado a 87% em 2017). Os aumentos na abstenção de 2023 a 2024 foram estatisticamente significativos no 12º e 10º ano.
Em relação à maconha, o relatório mostra que os níveis de uso por alunos do 12º e 10º anos nos últimos 12 meses em 2024 foram os mais baixos nas últimas três décadas, em 26% e 16%, respectivamente. No oitavo ano, a porcentagem em 2024 foi de 7%, a mesma dos últimos quatro anos após cair de um nível pré-pandêmico de 11% em 2020.
Os resultados corroboram outro estudo recente que detectou “diminuição significativa” no consumo de maconha por jovens estadunidenses de 2011 a 2021, período em que 12 estados do país legalizaram o uso social. Em 2011, 39,9% dos adolescentes relataram já ter experimentado maconha. Em 2021, esse número caiu para 27,8%. A parcela que disse ter consumido cannabis pelo menos uma vez no mês anterior caiu de 23,1%, em 2011, para 15,8%, em 2021.
O levantamento é mais um contraponto à lógica proibicionista de que a legalização da maconha levaria ao aumento no consumo, sobretudo entre jovens.
Foto de capa: LexScope | Unsplash
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