Estudo associa uso de flores e extratos de maconha a melhorias na qualidade de vida em autistas

Foto mostra um frasco cilíndrico transparente contendo óleo amarelo sobre uma superfície de madeira, ao lado de inflorescências secas de maconha e um estetoscópio, e, logo acima, um conta-gotas com o mesmo líquido e parte da mão que o segura, além de plantas de cannabis em período vegetativo que aparecem ao fundo, em pior foco. Foto: The Thaiger. canabidiol

Tratamento à base de cannabis foi bem tolerado por mais de 80% dos pacientes

O uso de flores e preparações orais de maconha está associado a melhorias na qualidade de vida e sintomas em adultos diagnosticados com transtorno do espectro autista (TEA), de acordo com um novo estudo publicado na Therapeutic Advances in Psychopharmacology.

Uma coorte de 74 pacientes autistas com idade média de 32 anos inscritos no Registro Médico de Cannabis do Reino Unido foi acompanhada por até seis meses enquanto fazia uso de flores e/ou extratos orais/sublinguais de cannabis com alto teor de tetraidrocanabinol (THC).

Os pesquisadores britânicos observaram que os pacientes apresentaram melhora na qualidade de vida geral relacionada à saúde, sono e ansiedade após o início da terapia com maconha. Também houve uma redução de 33,3% e 25% na prescrição concomitante de benzodiazepínicos e neurolépticos, respectivamente.

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Além disso, as preparações de cannabis foram “bem toleradas” pelos participantes, visto que 81,1% dos pacientes não apresentaram nenhum evento adverso. “Além disso, não houve eventos adversos com risco de vida ou incapacitantes, enquanto a maioria dos eventos adversos foram leves ou moderados”, escreveram os autores.

“Nesta primeira experiência publicada de resultados clínicos em pacientes adultos com TEA tratados com produtos medicinais à base de cannabis, houve melhorias associadas na qualidade de vida geral relacionada à saúde, além de resultados específicos de sono e ansiedade. Além disso, houve redução na administração de medicamentos concomitantes, alguns dos quais estão associados a eventos adversos graves com uso prolongado”, concluíram os pesquisadores.

Algumas limitações do estudo foram apontadas pela equipe, como a ausência de um grupo de controle para comparação e o fato de os participantes serem todos recrutados uma clínica médica privada, o que pode não representar a população em geral.

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No entanto, os autores reconhecem que o estudo “fornece justificativa científica para avaliação adicional no contexto de ensaios clínicos randomizados, ao mesmo tempo em que fornece orientação para a prática clínica nesse ínterim”.

Os resultados são consistentes com pesquisas anteriores que demonstraram os benefícios terapêuticos do uso de cannabis em pacientes com autismo.

Em um estudo publicado no ano passado na revista Molecular Autism, pesquisadores israelenses administraram extrato de maconha e um placebo em um grupo de 150 crianças autistas.

Os autores disseram que “demonstraram pela primeira vez em um ensaio controlado com placebo que o tratamento com canabinoide tem o potencial de diminuir comportamentos perturbadores associados ao TEA, com tolerabilidade aceitável”.

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#PraTodosVerem: foto mostra um frasco transparente contendo óleo ao lado de buds secos de maconha e um estetoscópio, sobre uma superfície de madeira, e um conta-gotas também com óleo e parte da mão que o segura, com plantas de cannabis em período vegetativo fechando a composição ao fundo.

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