Uruguai rompe barreira do mercado ilegal: mais da metade dos consumidores de maconha preferem adquiri-la legalmente

Após sucesso de vendas da nova strain, governo uruguaio planeja lançar uma quarta variedade para continuar promovendo o consumo regulamentado
Mais da metade dos usuários de cannabis no Uruguai opta pelo mercado regulamentado, em vez de recorrer ao circuito ilegal. Isto se deve em grande parte ao sucesso da variedade Gamma, que tem maior teor de THC.
As expectativas dos uruguaios foram atendidas com a variedade Gamma, que contribuiu para a transição para o mercado legal. Durante o primeiro semestre do ano, houve um aumento de 15% no número de pessoas que se registraram oficialmente para ter acesso à maconha legal. Foram 11,3 mil novos registros. As vendas nas farmácias também cresceram 19%.
Considerando os uruguaios que acessam a cannabis através de amigos que a compram em farmácias, e aqueles que acedem por outros meios e os seus familiares que recebem o produto dos registrados, “pode-se argumentar que no último ano o mercado real atingiu os 51%”, afirmou o Instituto de Regulação e Controle da Cannabis (Ircca).
O que está por vir no Uruguai em relação à cannabis?
O governo uruguaio planeja lançar uma quarta variedade de cannabis para continuar promovendo o consumo regulamentado. Dado que a terceira variante esgotou o estoque em um dia e que pesquisas do Observatório Uruguaio de Drogas mostraram que 250 mil adultos no Uruguai usaram maconha no último ano, tudo indica que o país continuará incursionando no mundo canábico.
O principal desafio a curto prazo é conciliar a oferta com a demanda, tanto em termos da quantidade de gramas disponíveis quanto em número de farmácias que vendem cannabis. “A distribuição de farmácias no território constitui um aspecto relevante que orienta a acessibilidade da cannabis aos compradores registrados”, explicou o Ircca.
O Uruguai está passando por mudanças significativas com a implementação de cannabis com maior THC. Atos como estes indicam que a sua dinâmica de mercado promete um desenvolvimento mais complexo no futuro.
Por Lucía Tedesco, originalmente publicado no El Planteo.
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Imagem de capa: Pablo Abarenga.
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