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Foto mostra as mãos de uma pessoa que está usando luvas brancas e segurando um conta-gotas contendo óleo e um frasco cor âmbar, próximo a uma planta de cannabis. Imagem: patiyathanathip | Freepik.

Tratamento com cannabis alivia sintomas do autismo em crianças, segundo mais um estudo

Pacientes apresentaram melhoras nos sintomas da ansiedade e nos comportamentos repetitivos

O tratamento com cannabis rica em canabidiol (CBD) reduz a ansiedade e outros sintomas relacionados ao Transtorno do Espectro Autista (TEA) em crianças. Isso é o que revelaram os resultados de um estudo publicado recentemente na revista Cannabis and Cannabinoid Research.

Uma equipe de pesquisadores afiliados a várias universidades e instituições israelenses avaliou a eficácia da cannabis com predominância em CBD em uma coorte de 65 crianças autistas com idades de 5 a 12 anos. Os familiares dos participantes preencheram questionários para avaliar a frequência e gravidade de comportamentos repetitivos e sintomas relacionados à ansiedade. Essas avaliações foram feitas antes do tratamento e após 3 e 6 meses.

Os resultados indicaram redução do CIRR (comportamentos e interesses restritos e repetitivos) e dos sintomas relacionados a vários subtipos de ansiedade após seis meses de tratamento com cannabis rica em CBD.

Especificamente, os pesquisadores observaram diferenças significativas na ansiedade geral das crianças e em alguns subtipos de ansiedade (social, de pânico e de separação) e melhorias significativas no CIRR, especialmente nos comportamentos compulsivos, ritualísticos e de mesmice.

“As descobertas dos benefícios potenciais do tratamento com cannabis para aliviar os sintomas de ansiedade, levando à redução do CIRR, podem fornecer evidências para a relação significativa entre essas variáveis e os benefícios potenciais do tratamento com cannabis para crianças autistas”, escreveram os autores.

A equipe recomendou que sejam realizados estudos controlados por placebo e duplo-cegos e usando avaliações padronizadas para validar suas descobertas.

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Os achados são condizentes com os resultados de estudos anteriores que observaram melhorias em vários sintomas do transtorno do espectro autista após o tratamento com cannabis.

Um estudo recente conduzido por pesquisadores da Universidade de Brasília, por exemplo, viu melhorias na linguagem expressiva, realização de atividades da vida diária, comunicação, aprendizagem, afetividade e atenção, bem como na agressividade, agitação e problemas de sono, em crianças autistas que receberam extrato de maconha rico em canabidiol.

“Tanto a análise por categoria quanto por paciente em nossa coorte demonstraram que o tratamento com extrato de canabidiol de espectro total foi capaz de gerar melhorias globais significativas em todos os aspectos sintomáticos e não sintomáticos analisados com poucos efeitos adversos”, escreveram os pesquisadores em um artigo publicado na Pharmaceuticals.

Em outro estudo, cientistas afiliados à Universidade Federal da Paraíba realizaram um ensaio clínico duplo-cego e controlado por placebo para avaliar a eficácia e a segurança de um extrato de cannabis rico em CBD em crianças com TEA. Os resultados demonstraram que o tratamento apresentou melhora significativa na interação social, ansiedade e agitação psicomotora.

Junto a outros pesquisadores, a equipe de cientistas israelenses realizou um estudo em 2022 que observou melhorias significativas nas habilidades de comunicação social e nos comportamentos repetitivos em uma coorte de 80 crianças no espectro autista que receberam extrato de maconha rico em CBD por um período de seis meses. As descobertas foram publicadas na Translational Psychiatry.

Ainda outro estudo, publicado em 2019 na Frontiers in Neurology, constatou a eficácia do óleo de maconha rico em canabidiol para a melhora dos sintomas do TEA, incluindo TDAH (transtorno de déficit de atenção e hiperatividade), distúrbios do sono e déficits de comunicação e interação social.

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Imagem de capa: patiyathanathip | Freepik.

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Joel Rodrigues

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