Teor de canabinoides nos rótulos de produtos de cannabis pode não ser preciso

Fotografia que mostra, em plano fechado, uma pessoa segurando um conta-gotas de tetina preta contendo substância amarela e um frasco âmbar com rótulo branco, e parte de sua camiseta de cor rosa e azul e corrente dourada com pingente que aparecem ao fundo, fora de foco. Imagem: Elsa Olofsson / Unsplash.

Estudo realizado por pesquisadores de Massachusetts (EUA) revela que as porcentagens de THC e CBD apresentadas no rótulo podem ser bem diferentes do conteúdo real. As informações são do Harvard Gazette

Os produtos de cannabis medicinal nem sempre são o que parecem, de acordo com um novo estudo conduzido por pesquisadores do Hospital Geral de Massachusetts (MGH).

Na verdade, o conteúdo desses produtos pode variar consideravelmente em relação às alegações dos distribuidores, de acordo com o estudo publicado no JAMA Network Open. Isso é particularmente importante quando o THC, o metabólito responsável pela “alta” fornecida pela cannabis, está presente em produtos de cannabis medicinal rotulados como contendo apenas CBD.

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À medida que mais estados americanos legalizam as vendas de cannabis, a demanda aumenta. No entanto, há pouca consistência na regulamentação ou rotulagem do produto, ao contrário da regulamentação estrita de medicamentos adquiridos em farmácia. Como resultado, a rotulagem muitas vezes não informa com precisão aos pacientes sobre o conteúdo dos produtos derivados da cannabis que compram.

Um dos metabólitos psicoativos da cannabis é o Δ9-tetraidrocanabinol (THC). Produtos de cannabis contendo THC são proibidos pelo governo federal dos Estados Unidos, mas os estados têm aprovado leis que legalizam esses produtos. Isso, por sua vez, levou a uma colcha de retalhos de leis que têm impactos variados na garantia de que os consumidores recebam o que esperam. O canabidiol (CBD) não está sujeito à regulamentação da FDA (agência reguladora de medicamentos dos EUA).

Muitos produtos de CBD vendidos nos EUA possuem teor diferente do anunciado

Neste estudo, os pesquisadores analisaram amostras de urina de quase 100 pacientes inscritos em um ensaio clínico sobre o efeito da cannabis para ansiedade, depressão, dor ou insônia. O objetivo do estudo era verificar se esses produtos estavam entregando os ingredientes que os pacientes esperavam.

Os resultados não mostraram nenhum CBD em cerca de um terço das amostras de urina de pacientes que disseram estar usando produtos de cannabis que eram predominantemente compostos por CBD ou tinham partes aproximadamente iguais de CBD e THC. O THC foi detectado em quase 80% dessas amostras, inclusive entre pacientes que pensavam estar recebendo apenas CBD.

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“As pessoas estão comprando produtos que pensam ser livres de THC, mas na verdade contêm uma quantidade significativa de THC”, disse Jodi M. Gilman, a principal autora do artigo e investigadora do Centro de Medicina do Vício do Departamento de Psiquiatria do MGH. “Uma paciente relatou que tomou um produto que pensava conter apenas CBD e, ao dirigir para casa naquele dia, sentiu-se embriagada, desorientada e com muito medo”.

Exatamente como a cannabis era consumida importava também. Cerca de 20% dos pacientes que relataram que estavam vaporizando  cannabis medicinal não tinham níveis detectáveis ​​de metabólitos de THC ou de CBD em suas amostras de urina. Isso sugere que alguns dispositivos de vaporização podem não aquecer os produtos de cannabis o suficiente para que os pacientes possam inalar os ingredientes ativos.

“Ainda há muitas dúvidas sobre o conteúdo dos produtos e seus efeitos”, disse Gilman. “Os pacientes precisam de mais informações sobre o que há nesses produtos e quais os efeitos que podem esperar”.

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#PraCegoVer: fotografia que mostra, em plano fechado, uma pessoa segurando um conta-gotas de tetina preta contendo substância amarela e um frasco âmbar com rótulo branco, e parte de sua camiseta de cor rosa e azul e corrente dourada com pingente que aparecem ao fundo, fora de foco. Imagem: Elsa Olofsson / Unsplash.

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