Documento expressa “profunda preocupação” por postura anticientífica do Conselho Federal de Medicina (CFM) referente ao uso terapêutico da maconha e seus derivados, a vacinas e ao aborto
A Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC) encaminhou ao presidente do Conselho Federal de Medicina, José Hiran da Silva Gallo, e à ministra da Saúde, Nísia Trindade, uma moção de censura ao CFM por sua postura anticientífica sobre vacinas, aborto e uso terapêutico da maconha e seus derivados.
O documento, aprovado por unanimidade pela Assembleia Geral Ordinária de Sócios da SBPC, em julho, critica as posturas do CFM que “contrariam princípios fundamentais da ciência e da medicina baseada em evidências”.
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No que diz respeito à maconha, a SBPC considera que o Conselho Federal de Medicina ignora as evidências científicas sobre os riscos e benefícios de seu uso terapêutico ao declarar que a maconha “causa dependência gravíssima, com importantíssimos danos físicos e mentais, levando a prejuízos para toda a vida”.
“Tais afirmações do CFM podem criar estigmas desnecessários e barreiras ao acesso da população a tratamentos medicinais eficazes, impactando negativamente a qualidade de vida de muitos pacientes que poderiam se beneficiar dos medicamentos canábicos”, diz a moção. “A posição anticientífica do CFM em relação ao uso medicinal da maconha pode influenciar negativamente as políticas públicas de saúde e dificultar o avanço das pesquisas científicas nesta área, além de perpetuar desinformações que não condizem com as melhores práticas científicas”.
Dessa forma, a entidade insta o CFM a revisar suas posições sobre o assunto, alinhar suas recomendações com as melhores evidências científicas disponíveis e contribuir, assim, para a promoção da saúde pública e do bem-estar dos pacientes.
Foto de capa: jcomp | Freepik
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