“Queimando Fronteiras”: documentário analisa avanços da legalização da maconha na Argentina
Documentário independente que investiga os impactos da regulamentação da cannabis no país vizinho busca financiamento para a pós-produção
Buscando mostrar para a sociedade que a legalização da maconha é o melhor caminho e tem gerado impactos positivos nos países que regulamentaram a planta, o coletivo antiproibicionista Abra a Gaveta está produzindo um documentário que esmiúça a história e os avanços da cannabis na Argentina.
“Queimando Fronteiras – A legalização da maconha na Argentina”, primeiro longa-metragem do grupo, foi pré-lançado durante a ExpoCannabis Brasil — primeira feira internacional voltada para o ativismo, educação e negócios da cannabis do país, que reuniu mais de 20 mil visitantes e cerca de 120 especialistas e autoridades, além de mais de 140 expositores, na cidade de São Paulo, entre os dias 15 e 17 de setembro.
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Leonardo Baggio e a advogada Mariana German.
O pré-lançamento de “Queimando Fronteiras” veio logo após o coletivo voltar da Argentina, onde entrevistou mais de 30 pessoas envolvidas com o processo de legalização e regulamentação da maconha no país, desde a mobilização de ativistas nas ruas, passando pelo Congresso Nacional, até as consequências na vida prática de pessoas e associações.
“A principal motivação do documentário é mostrar para à sociedade brasileira e latino-americana que a regulamentação da cannabis é possível, urgente e tem trazido ótimos resultados em outros países”, explicou o diretor e um dos idealizadores do Abra a Gaveta, Leonardo Ferron Baggio.
A Argentina deu início ao processo de legalização em 2017, quando o governo sancionou a lei de pesquisa científica da cannabis que autoriza o uso da planta e derivados para fins medicinais. Em 2020, o país legalizou o autocultivo e a venda de óleos e cremes à base de maconha nas farmácias, tirando da ilegalidade milhares de cultivadores, famílias e pacientes. Já em 2022, foi promulgada a legislação que estabeleceu o marco regulatório da indústria da cannabis.
Essa “Revolução Verde” está causando impactos diretos na saúde, economia e segurança da Argentina, que segue em crise econômica há anos.
“Queimando Fronteiras” investiga esses impactos ao dar voz a mães que lutam pelo direito de cultivar maconha para seus filhos, deputados, médicos, pacientes, ativistas, cultivadores, jornalistas, representantes de clubes de cultivo e pessoas processadas pelo estado, além de visitar universidades, empresas particulares e plantações de cannabis governamentais.
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O coletivo Abra a Gaveta, que produz conteúdos educativos sobre o uso medicinal e adulto da planta, redução de danos e políticas de drogas desde 2016, agora busca financiar o documentário “Queimando Fronteiras” por meio de parcerias comerciais e financiamento coletivo.
Uma campanha foi aberta na plataforma apoia.se, com recompensas que variam desde um baralho canábico a produtos e kits com camisetas, bandeiras e adesivos — que também estavam à venda no estande do grupo na ExpoCannabis Brasil e seguem disponíveis no site do projeto.
“É essencial esclarecer que a proibição não é a solução e que a regulamentação pode beneficiar muito com impactos diretos não só na saúde, mas também na segurança e na criação de empregos e impostos”, aponta Baggio. “Também entendemos ser necessário ‘queimar’ as fronteiras culturais, econômicas, sociais e políticas da América Latina, como um caminho necessário para trazer melhores condições de vida à população do nosso continente, região do mundo que mais sofre com o fracasso da guerra às drogas”, completa o diretor.
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Confira o trailer de “Queimando Fronteiras – A legalização da maconha na Argentina”:
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Imagem de capa: Queimando Fronteiras | Divulgação.
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