No mercado ilícito, não há controle e a droga vem sendo camuflada em outras substâncias para potencializar o efeito
Os nitazenos são opioides sintéticos mais potentes e perigosos que o fentanil, e já circulam no mercado ilegal.
No último dia 26 de junho foi o Dia Internacional contra o Abuso e o Tráfico Ilícito de Drogas, e o Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime (UNODC) apresentou um relatório mencionando que o número global de consumidores de drogas ilícitas aumentou para 292 milhões em 2022.
A cannabis é a substância mais consumida, com 228 milhões de consumidores, seguida pelos opiáceos (60 milhões), anfetaminas (30 milhões), cocaína (23 milhões) e ecstasy (20 milhões). Somado a isso está um aumento nas mortes por overdose atribuídas aos nitazenos.
“A produção, o tráfico e o consumo de drogas continuam a exacerbar a instabilidade e a desigualdade, ao mesmo tempo que causam danos incalculáveis à saúde, segurança e bem-estar das pessoas”, revelou Ghada Waly, diretora executiva do UNODC, de acordo com o The Chronicle.
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Do fentanil aos nitazenos, a nova cara das overdoses
Esses opioides, como o fentanil, são camuflados em outras substâncias na tentativa de potencializar o efeito, e é isso que os torna tão perigosos, pois os usuários os utilizam sem saber.
Nesta situação, os serviços de saúde deparam-se com incidentes que requerem intervenção imediata e que muitas vezes envolvem o uso de naloxona, medicamento que reverte overdoses. Mas os tratamentos padrão não estariam dando os resultados esperados frente aos nitazenos.
O direito à saúde exige estratégias abrangentes da alta administração que abranjam prevenção, tratamento, reabilitação, investigação científica, cuidados compassivos e aplicação da lei.
Por Lucía Tedesco, originalmente publicado no El Planteo.
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