Maconha não está ligada ao aumento da mortalidade na colite ulcerativa com ataque cardíaco

Fotografia mostra a parte de cima de um recipiente de vidro contendo buds de maconha secos, que ultrapassam a borda do pote, e as pontas dos dedos indicador e polegar de uma pessoa que pega uma das inflorescências. Imagem: Elsa Olofsson | Pixabay.

De acordo com um novo estudo que ainda constatou um menor tempo médio de internação entre os pacientes que relataram o uso de cannabis

O uso de maconha não está associado ao aumento da mortalidade ou custos totais de hospitalização em pacientes com colite ulcerativa internados por infarto agudo do miocárdio sem elevação do segmento ST (IAMSST), de acordo com um novo estudo publicado na The American Journal of Gastroenterology.

Considerando que o uso de cannabis é cada vez mais prevalente em pacientes com colite ulcerativa, e que sintomas clínicos como dor abdominal, redução do apetite e diarreia melhoram em alguns pacientes após o uso da maconha.

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E ainda que tanto o uso de cannabis quanto a colite ulcerativa podem levar a “resultados cardiovasculares adversos”.

Uma equipe de pesquisadores estadunidenses conduziu um estudo retrospectivo sobre o impacto do uso de maconha nas hospitalizações com IAMSST e colite ulcerativa subjacente.

Após uma análise dos dados da Amostra Nacional de Pacientes Internados de 2016 a 2019, os pesquisadores levantaram 142.420.378 hospitalizações, sendo que 7.010 internações foram de pacientes com IAMSST e colite ulcerativa comórbidos.

Uma minoria dos pacientes com colite ulcerativa e IAMSST (0,78%) relatou o uso de cannabis. A média de idade dos indivíduos que usavam maconha era de 57,55 anos contra 70,58 anos dos que não usavam.

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Enquanto 7,99% das hospitalizações teve desfecho fatal, a diferença nas mortes entre aqueles que usaram cannabis e aqueles que não usaram foi estatisticamente insignificante. “Na análise multivariada, a maconha não é um fator de risco para mortalidade em colite ulcerativa + IAMSST”, disseram os autores.

A análise também revelou que o uso de cannabis não está associado ao aumento da utilização de recursos hospitalares. Os fatores que aumentaram as despesas totais de hospitalização incluíram o tratamento em um hospital de ensino com localização urbana, o uso de choque e a necessidade de cirurgia de revascularização coronária.

O uso de maconha, na verdade, foi associado a um menor tempo médio de internação em 3,4 dias.

“A maconha não está associada ao aumento da mortalidade ou custos totais de hospitalização em pacientes colite ulcerativa admitidos por IAMSST. Além disso, está associada a menor tempo de permanência nessas internações, provavelmente devido à menor média de idade, resultando em recuperação e alta mais rápidas”, concluíram os pesquisadores.

Em um estudo separado, pesquisadores do Grupo de Pesquisa sobre Cannabis Medicinal do Imperial College London observaram pacientes com colite ulcerativa e doença de Crohn demonstrando uma melhora de curto prazo na qualidade de vida relacionada à saúde após o tratamento com flores secas ou óleos de maconha.

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Imagem em destaque: Elsa Olofsson | Pixabay.

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