A história das mulheres e a cannabis

História Cannabis e Mulheres

A história de perseguição à cannabis é tão antiga quanto a história de censura às mulheres. E na verdade, quando a gente bola aquele e começa a pesquisar sobre o assunto, percebe a força que elas tinham na sociedade. Respeitadas, cultuadas como deusas que eram, com grandes conhecimentos de cura pelas ervas medicinais

Nos registros mais antigos, é possível conhecer as principais personagens dessa história.

Como a Deusa Suméria Ishtar, que era ligada à cannabis e representante maior das artes de curandeirismo praticadas com ervas medicinais. Naturalmente, as mulheres ocupavam essa importante posição, de representação religiosa e referência cultural e social.

Caça às bruxas chapadas

Mas foi por volta de 1000 a.C que tanto poder assim logo despertou a ira e desaprovação do patriarcado, que logo começou agir para reduzir essa representação feminina na sociedade. A liberdade foi censurada, as deusas foram demonizadas e a imagem feminina reduzida ao aspecto sexual.

À medida que o padrão patriarcal da sociedade avançava, o movimento de redução do papel das mulheres avançava também. Com campanha de caça às bruxas e condenação das práticas de cura com a cannabis, inclusive na Bíblia :0

No livro sagrado, era profeta atrás de profeta perpetuando que Deus ficaria bolado caso os Hebreus continuassem a queimar o “incenso do mal” em nome da Deusa Suméria Ishtar.

A perseguição ao feminino avançou, com o apagamento dos registros históricos da contribuição das mulheres com a erva sagrada. Uma tentativa fracassada de tentar reduzir a presença feminina na evolução da sociedade.

Artistas “haxixadas”

Outra figura ilustre mais recente nessa história foi Hildegard de Bingen. Uma mulher de forte representação na sociedade e cultura alemã, que trocava cartas com o papa e cultivava cannabis no seu quintal. Com a descoberta do haxixe do Egito pelos europeus, logo a sociedade artística começa a “haxixar” as ideias. Entre elas a tataravó da Princesa Kate Middleton, Harriet Martineau.

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A medicina canábica e as mulheres. Uma feita para as outras

As atividades de cura com plantas medicinais foram criminalizadas, mas isso não impediu a atração natural do organismo feminino pelos canabinoides, principalmente em questões ligadas ao trato reprodutivo. O útero, por exemplo, é o segundo órgão do corpo humano com mais receptores de canabinoides. Em primeiro lugar está o cérebro.

A medicina contida na cannabis é capaz de aliviar as dores e desconforto da endometriose, uma condição de saúde que afeta o trato reprodutivo feminino e que, no Brasil, atinge cerca de 10 milhões de mulheres.

Recreativo, medicinal e patriarcal

Em 2020, o consumo canábico entre as mulheres da Geração Z aumentou 151%. Porém, segundo um estudo publicado no Marijuana Daily Business, em 2021, apenas 22% dos cargos executivos nas empresas canábicas são delas. Uma realidade graças ao domínio masculino neste mercado.

A presença feminina no consumo canábico só cresce e é preciso que essa representatividade se mostre também em posições de liderança. Diferente de outros países, onde esta economia já é consolidada, e majoritariamente masculina, o momento inicial da legalização da cannabis no Brasil é uma oportunidade para que essa representatividade se fortaleça. ?‍♀️??????

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#PraTodosVerem: em fundo roxo, ilustração de uma mulher de perfil, com indumentária que remete ao Egito antigo, com uma coroa com a folha de cannabis na ponta. À esquerda, a frase: ‘fumada por muitos, cultuada por todos’, e logo da Bem Bolado Brasil.

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