Príncipe Harry revela em livro que fumava maconha enquanto esposa e filho dormiam
O duque de Sussex também fala sobre o uso de psicodélicos para lidar com a morte da mãe
Em sua autobiografia “Spare”, o príncipe Harry revela que fumava maconha sozinho na casa do cineasta Tyler Perry, enquanto estava hospedado com a esposa Meghan Markle e o filho Archie.
O polêmico livro detalha o afastamento de Harry e Meghan dos deveres reais e como eles deixaram o Reino Unido para começar uma nova vida nos Estados Unidos.
Em março de 2020, os Sussex se mudaram para a Califórnia e foram recebidos por Perry, que ofereceu sua mansão em Beverly Hills para que morassem enquanto encontravam seu próprio lugar.
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No livro de memórias, Harry escreveu: “Tarde da noite, com todos dormindo, eu andava pela casa, verificando as portas e janelas. Então eu sentava na varanda ou na beira do jardim e enrolava um baseado”.
“A casa dava para um vale, do outro lado de uma encosta cheia de sapos. Eu ouvia a música deles tarde da noite, cheirava o ar com perfume de flores. Os sapos, os cheiros, as árvores, o grande céu estrelado, tudo me trouxe de volta para Botswana”, relata em sua biografia.
Em outra parte do livro, Harry fala que fez uso de drogas psicodélicas, como cetamina, ayahuasca e psilocibina, para ajudar a lidar com a morte de sua mãe, a princesa Diana.
Sobre esse ponto, Harry disse em uma entrevista ao 60 Minutes que “nunca recomendaria que as pessoas fizessem isso de forma recreativa”.
“Mas fazer isso com as pessoas certas, se você está sofrendo uma grande quantidade de perda, luto ou trauma, então essas coisas funcionam como um remédio”, explicou.
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Um corpo cada vez maior de estudos científicos sobre o uso de psicodélicos no tratamento de condições de saúde mental endossa a afirmação de Harry.
Pesquisadores do Centro de Pesquisa Psicodélica do Imperial College London divulgaram um estudo no ano passado que revelou que as pessoas com depressão que responderam à terapia assistida por psilocibina mostraram aumento da conectividade cerebral por até três semanas após a sessão.
Esse efeito foi associado a melhorias autorrelatadas na depressão, disseram os pesquisadores.
Um estudo separado, publicado na JAMA Psychiatry, descobriu que a cetamina é eficaz na redução rápida dos sintomas da depressão resistente ao tratamento, além de proporcionar uma diminuição dos pensamentos típicos da condição.
“Para mim, eles limparam o para-brisa, a miséria da perda”, disse Harry ao 60 Minutes sobre o uso dos psicodélicos. “Eles tiraram da cabeça essa ideia que eu tinha de que eu precisava chorar para provar para minha mãe que sentia falta dela.”
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Imagem de capa traz a fotografia do príncipe Harry. Crédito: Samir Hussein / WireImage.
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