A terceira edição da Medical Cannabis Fair apresentou as novidades, tecnologias e pautas do setor medicinal no Brasil
Profissionais e entusiastas do uso terapêutico da cannabis tiveram a oportunidade de conhecer as tendências do mercado na Medical Cannabis Fair, que rolou no Expo Center Norte, em São Paulo (SP), entre os dias 23 e 25 de maio e reuniu mais de cem organizações, entre associações, farmacêuticas, fabricantes de produtos à base de cannabis e prestadores de serviços, que apresentaram novidades e tecnologias para o setor.
Dessa forma, o público pôde descobrir produtos, equipamentos e soluções de empresas já consolidadas, além de conhecer novas iniciativas que compõem o ecossistema do mercado canábico medicinal, em áreas como educação, serviços financeiros e processos industriais do cânhamo, incluindo têxtil e cosmetologia.
É o caso da Wotë, que apresenta um marketplace de produtos à base de cânhamo para saúde, bem-estar, pets, crianças, gastronomia, moda e beleza, e possui um núcleo de inovação e incentivo a pesquisas que venham a comprovar a eficácia dos benefícios medicinais dos fitocanabinoides e das vantagens ecológicas da produção industrial a partir do cânhamo em tecidos, madeiras, plásticos e até mesmo cimento. “Estamos muito felizes de estar na Medical Cannabis Fair 2024 apresentando o business da cannabis”, afirma Gabriela Frizzo, gestora da empresa no Brasil. “Estamos aqui para falar sobre empreendedorismo”.
Produção sustentável de cannabis e democratização do acesso a medicamentos de qualidade é a missão da Germinare, que chegou ao Brasil com a proposta de trazer matéria-prima e medicamentos à base de cannabis do Uruguai a um preço justo, e tem como um dos sócios o chef e apresentador Henrique Fogaça (na foto de capa), que agitou o estande da marca em sua passagem pela Medical Cannabis Fair.
Realidade virtual
As experiências imersivas tiveram espaço no Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT), vinculado ao Governo do Estado de São Paulo, que apresentou, via realidade virtual, seu laboratório de análises químicas desenvolvido para avaliar as formas de cultivo, extração e todos os parâmetros de impacto na fabricação do óleo medicinal de cannabis — e está em busca de associações no estado para realizar pesquisas na área.
No estande da Maria Flor, os visitantes também puderam entrar na área de cultivo e de processamento de cannabis da organização através da ferramenta virtual, que fez um tour pela sede da associação localizada em Marília (SP), mostrando o trabalho que realiza.
Conversas necessárias
Ao longo dos três dias de evento (um deles dedicado exclusivamente a profissionais de saúde), a área Sechat Talks apresentou uma programação de palestras com pesquisadores, médicos, pacientes e representantes de associações, que dividiram com o público dados científicos e empíricos sobre as aplicações da cannabis para a saúde e bem-estar, fomentando debates e pautando conversas sobre o contexto da cannabis medicinal no Brasil.
“Eu falo que o uso da cannabis foi uma virada de chave na minha vida, tanto para controlar a minha ansiedade como para me fazer dormir melhor”, compartilha o atleta e personal trainer Rogério Sthanke durante sua fala. “Com o sono controlado, nossos músculos recuperam mais, a gente acorda mais disposto… eu vejo a cannabis como uma união do esforço físico e mental”.
Além disso, o 3º Congresso Brasileiro de Cannabis Medicinal, que ocorreu concomitantemente à feira, abordou seis eixos temáticos: medicina veterinária, Sistema Endocanabinoide, especialidades, negócios, agro & tech e odontologia, com uma grade recheada de especialistas nas respectivas áreas.