canabinoide novo estudo cannabis

Descoberto canabinoide com ação contra tumor infantil

O cannabielsoxa, novo canabinoide isolado por pesquisadores, integra grupo de compostos com efeitos promissores contra o neuroblastoma, um dos cânceres mais letais da infância

Pesquisadores de instituições sul-coreanas anunciaram a descoberta de um novo canabinoide na flor da Cannabis sativa, além de outros compostos com potencial atividade contra o neuroblastoma — um tipo raro e agressivo de câncer que atinge majoritariamente crianças pequenas. A pesquisa, publicada na revista científica Pharmaceuticals em abril de 2025, foi conduzida por uma equipe de 14 cientistas de universidades e órgãos reguladores da Coreia do Sul, incluindo a Universidade Wonkwang, a Universidade Kyung Hee, a Universidade Kookmin e o Ministério de Segurança Alimentar e Medicamentos do país.

O novo canabinoide identificado recebeu o nome de cannabielsoxa, isolado ao lado de dez outros metabólitos das flores da cannabis, entre eles compostos do tipo clorina — moléculas com estrutura semelhante às clorofilas e porfirinas. Os cientistas utilizaram métodos sofisticados de extração e espectroscopia para identificar as estruturas químicas dos compostos, que foram posteriormente testados em culturas celulares da linhagem SK-N-SH, comum em estudos sobre neuroblastoma.

Embora o cannabielsoxa em si não tenha demonstrado efeitos citotóxicos significativos, sete dos onze compostos estudados mostraram forte atividade inibitória contra as células tumorais. Entre eles estão canabinoides amplamente conhecidos como CBD (canabidiol), CBDA (ácido canabidiólico), CBDA-ME, delta-8 THC e CBG (canabigerol). Além disso, dois compostos do tipo clorina — 13²-hidroxifeoforbida b éster etílico e ligulariafitina A — também apresentaram atividade antitumoral promissora.

Leia também: CBG: estudo analisa potencial terapêutico do canabigerol

“Acreditamos que esses compostos possam representar a base para o desenvolvimento de futuros tratamentos contra o neuroblastoma, embora estejamos apenas nos estágios iniciais”, afirmaram os autores. O estudo também contou com simulações computacionais de acoplamento molecular, que sugerem forte afinidade entre os compostos ativos e alvos terapêuticos relacionados ao câncer.

Apesar do otimismo, os pesquisadores destacam que os dados são preliminares e baseados em testes in vitro. Estudos em modelos animais e ensaios clínicos serão necessários para verificar a eficácia e a segurança dessas substâncias no tratamento oncológico pediátrico.

O neuroblastoma é um câncer raro que se origina em células nervosas imaturas e geralmente afeta crianças com menos de cinco anos. Os tratamentos atuais incluem cirurgia, quimioterapia e transplantes, mas a taxa de recorrência é alta, e as opções terapêuticas ainda são limitadas. A possibilidade de novas abordagens com compostos derivados da cannabis representa um avanço significativo em uma área carente de inovação.


📚 Acesse o estudo completo na revista Pharmaceuticals:
https://www.mdpi.com/1424-8247/18/4/521

Foto: Canva Pro

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