O universo da cannabis se despediu de uma de suas figuras mais emblemáticas. David Paul Watson, mais conhecido como “Sam the Skunkman”, faleceu no dia 27 de janeiro de 2025, deixando um impacto inegável no cultivo, na genética e na pesquisa sobre a planta. Sua paixão e dedicação moldaram a história moderna da cannabis e influenciaram gerações de cultivadores, cientistas e entusiastas.
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O Criador da Skunk #1 e Revolucionário da Genética Canábica
David Watson nasceu nos Estados Unidos e, ainda jovem, demonstrou interesse pela botânica, com um olhar especial para a canábis. Nos anos 1970, começou a experimentar com o cultivo, buscando novas genéticas e formas de aprimorar a planta. Sua maior contribuição foi a criação da Skunk #1, uma das variedades mais influentes da história, conhecida por sua potência, aroma marcante e estabilidade genética. Essa inovação foi um divisor de águas para a indústria canábica, garantindo colheitas mais produtivas e resistentes.
Na década de 1980, Watson mudou-se para Amsterdã, onde encontrou um ambiente mais favorável para desenvolver suas pesquisas. Na cidade, colaborou com nomes importantes da cena canábica, como Wernard Bruining, fundador do Mellow Yellow, o primeiro coffeeshop da Holanda. Além disso, desempenhou um papel crucial na disseminação da genética Haze na Europa, tornando-a acessível a cultivadores e consumidores de todo o mundo.
Um Pesquisador Incansável e Defensor da Ciência
Mais do que um cultivador, Watson foi um estudioso incansável da cannabis. Viajou por regiões como Marrocos, Índia e Tailândia em busca de variedades autóctones, preservando e expandindo a diversidade genética da planta. Sua curiosidade e conhecimento o levaram a colaborar com cientistas e instituições de pesquisa, explorando questões como cultivo sustentável, resistência a pragas e melhoria da produção industrial de canábis.
Watson também foi cofundador da HortaPharm BV, uma empresa pioneira na pesquisa sobre canabinoides medicinais, que serviu de base para muitos avanços na medicina canábica. Seu trabalho ajudou a consolidar a ciência da cannabis, abrindo caminho para regulamentações e maior aceitação da planta no mundo.
Um Legado que Ultrapassa Gerações
David Watson acreditava que o conhecimento deveria ser compartilhado, contribuindo significativamente para a disseminação de informações sobre a cannabis. Ele foi uma das mentes por trás do Journal of the International Hemp Association, que promoveu pesquisas e debates sobre o tema globalmente.
Robert C. Clarke, seu amigo e colaborador de longa data, destacou em sua rede social a generosidade de Watson: “David acreditava que a informação devia ser acessível a todos. Foi essa mentalidade aberta que permitiu que tantas pessoas beneficiassem do seu trabalho.”
Watson era conhecido por sua abordagem franca e direta. Seu lema “só acredito vendo” e sua insistência na verdade o tornaram uma figura controversa, mas também respeitada. Apesar de sua personalidade forte, aqueles que o conheciam de perto destacam seu coração generoso e seu compromisso com a ciência.
“Sua paixão pela cannabis e contribuições para a comunidade da cannabis são lendárias”, escreveu McCormick. “Ele era meu amigo, meu professor e uma das pessoas mais legais que já conheci na minha vida. Por favor, acenda um e fume um para o Skunkman porque parte do trabalho dele provavelmente está na cannabis que você está queimando hoje.”
Watson partiu deste mundo como marido, como pai de duas filhas e como avô.
Com sua partida, o mundo perde um dos maiores visionários da cannabis. No entanto, seu legado segue vivo nas variedades que desenvolveu, nos estudos que impulsionou e na comunidade global que continua seu trabalho. Em sua homenagem, cultivadores, cientistas e entusiastas seguem semeando o futuro que Watson ajudou a construir.
Descanse em paz, Sam the Skunkman. Seu impacto será lembrado por gerações.
Foto: McCormick
