Cannabis mostra potencial neuroprotetor contra a doença de Alzheimer

Fotografia em plano fechado de uma linda inflorescência de cannabis deitada sobre uma superfície de madeira clara, ao lado de um pequeno pote transparente, com tampa dourada, contendo uma substância amarelada. Comissão.

Estudos revelam fortes evidências da capacidade neuroprotetora da maconha

A doença de Alzheimer é a forma mais comum de doença neurodegenerativa e demência e representa um desafio de saúde global em uma população em envelhecimento. Existem vários tratamentos aprovados para a condição, no entanto estes fornecem apenas melhorias sintomáticas transitórias e não são considerados modificadores da doença.

Os efeitos psicoativos da cannabis são reconhecidos há milhares de anos e agora, com o crescente acesso a produtos medicinais à base da planta em todo o mundo, a pesquisa está reavaliando a maconha como um tratamento para doenças neurodegenerativas.

Sobre esse pano de fundo, pesquisadores australianos fizeram uma revisão da literatura médica para avaliar o potencial neuroprotetor dos fitoconstituintes ativos da cannabis para tratamento do Alzheimer.

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Informações relevantes de pesquisas pré-clínicas foram coletadas de bancos de dados on-line, incluindo Elsevier, PubMed, Science Direct e The Plant List, e complementadas com informações sobre as ações farmacológicas conhecidas dos fitoquímicos listados.

Os autores descobriram que numerosos fitoquímicos predominantes na maconha apresentam eficácia no tratamento de doenças neurodegenerativas, exemplificadas pela doença de Alzheimer.

“Vários fitocanabinoides, terpenos e flavonoides selecionados demonstraram neuroproteção através de uma infinidade de vias celulares e moleculares, incluindo ações mediadas por receptores de canabinoides, antioxidantes e antiagregantes diretas contra a proteína tóxica patológica característica da doença de Alzheimer, amiloide β”, escreveram os pesquisadores em um artigo publicado na Phytomedicine.

 

 

A revisão reconhece que existem “fortes evidências para o papel dos constituintes da cannabis, individualmente ou em combinação, como potenciais neuroprotetores oportunos” para o uso da maconha como um novo tratamento para doenças neurodegenerativas.

“Futuros estudos clínicos randomizados e controlados são necessários para fundamentar as bioatividades de fitocanabinoides e terpenos e suas prováveis ​​sinergias [efeito comitiva]”, concluíram os autores.

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Em 2018, pesquisadores afiliados à Universidade de Goettingen, na Alemanha, divulgaram que uma forma sintética de tetraidrocanabinol (THC) reduziu as alterações cerebrais associadas ao Alzheimer em ratos. Os animais perderam menos células cerebrais e seus cérebros continham 20% menos das placas associadas à doença, em comparação com o grupo que recebeu placebo.

Uma pesquisa da Universidade Federal da Integração Latino-Americana (Unila) revelou recentemente que o óleo de maconha foi capaz de reduzir os sintomas do Alzheimer e reverter boa parte dos danos relacionados à memória em um paciente idoso.

“A maioria dos pacientes está estável de acordo com a doença que eles estavam antes do início do tratamento, o que é um resultado muito bom”, disse ao g1 o pesquisador Francisney Nascimento, sobre o estudo da Unila. “Esse é o principal objetivo do estudo, mostrar que a cannabis pode retardar ou impedir o avanço da doença.”

Dito isso, em um estudo publicado em maio, pesquisadores da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) constataram que os canabinoides encontrados na maconha podem ajudar no tratamento de doenças neurodegenerativas, promovendo a proliferação celular, migração e diferenciação de células progenitoras de oligodendrócitos — células responsáveis pela sintetização e manutenção da bainha de mielina (tecido adiposo que envolve os neurônios e protege o sistema nervoso central).

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#PraTodosVerem: fotografia mostra uma inflorescência de maconha deitada sobre uma superfície de madeira clara e ao lado de um pequeno pote transparente, com tampa dourada, contendo óleo amarelado. Foto: Camila Morgan | Flickr.

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