Ingestão de CBD está associada a melhorias significativas nos sintomas de mulheres com doença de Crohn e retocolite ulcerativa. Entre os resultados, 76% das participantes relataram diminuição na dor, 64% apontaram redução da náusea e 60% perceberam melhora no apetite
Uma nova pesquisa publicada no NIH/PMC revelou que a ingestão de produtos com canabidiol (CBD) está associada a melhorias significativas nos sintomas de mulheres diagnosticadas com doença de Crohn e retocolite ulcerativa, ambas condições crônicas e debilitantes que integram o espectro das doenças inflamatórias intestinais (DII).
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O estudo, conduzido por pesquisadores da Simmons University, em Boston, entrevistou 25 mulheres que utilizavam CBD para alívio dos sintomas relacionados à DII. A maioria das participantes obteve os produtos de CBD em dispensários licenciados pelo estado e relatou consumir doses diárias de 25 mg ou menos.
Os resultados são promissores: 76% das participantes relataram uma diminuição significativa na dor, 64% apontaram redução da náusea e 60% perceberam uma melhora no apetite. Além disso, muitas delas destacaram um aumento na qualidade de vida geral.
O Potencial Terapêutico do CBD
“Este estudo sugere que o CBD pode levar a melhorias importantes na dor e náusea relacionadas à DII, aumento do apetite e um impacto positivo na qualidade de vida dessa população pouco estudada e vulnerável,” destacaram os autores.
Os pesquisadores ressaltaram a necessidade de estudos mais abrangentes para confirmar esses achados. Investigações futuras com amostras maiores, maior variação na gravidade da doença e um desenho de estudo intervencionista poderão fornecer uma compreensão mais robusta sobre o papel terapêutico do CBD em pacientes com DII.
Confirmação por Estudos Internacionais
Esses achados não são isolados. Dados publicados no início deste ano pelo Expert Review of Gastroenterology & Hepatology mostraram que pacientes com DII inscritos no Registro de Cannabis Medicinal do Reino Unido também relataram melhorias sustentadas na qualidade de vida após o uso de produtos de cannabis medicinal.
Além disso, pesquisas anteriores indicam que cerca de metade dos pacientes com DII já experimentaram cannabis em algum momento, e quase um terço dos consumidores atuais a utilizam para aliviar os sintomas da doença.
O Caminho para a Legitimidade Científica
O crescente corpo de evidências sobre o potencial terapêutico do CBD em condições inflamatórias intestinais destaca a necessidade de mais investimentos em pesquisa e a revisão de diretrizes regulatórias para permitir que pacientes tenham acesso seguro e orientado a tratamentos à base de cannabis.
Para aqueles que vivem com a DII, o CBD pode representar uma opção complementar valiosa, proporcionando um caminho para o alívio de sintomas debilitantes e uma vida com mais qualidade.
O estudo completo intitulado “A eficácia percebida do canabidiol em mulheres adultas com doença inflamatória intestinal” está disponível no periódico Medicina. Mais informações sobre cannabis e DII podem ser encontradas na publicação da NORML, Clinical Applications for Cannabis & Cannabinoids.
Foto: Canva Pro