VOTOS DA MACONHA

Fotografia de parte de um folder que traz o desenho de uma pessoa soltando fumaça na qual aparece a palavra maconha e uma planta de cannabis, posicionado na diagonal em relação à imagem, e um fundo colorido desfocado, na parte superior. Foto: Bianca Barros.

Mesmo não elegendo seus candidatos, a bancada nacional da maconha deu um grande passo nessas eleições. Com a ajuda dos eleitores, os vereadores a favor da causa conseguiram milhares de votos, ajudando a colocar a planta em ainda mais evidência. Entenda mais sobre a questão na coluna semanal do advogado e ativista, André Barros.

Nesta eleição municipal de 2016, de forma espontânea, foi sendo construída a bancada nacional da maconha. O 50420 ajudou muito nessa construção, já que dezesseis candidatos saíram com este número. A sensacional combinação do 50 do sol com o 4 e 20 da planta, por si só, leva nossa bandeira. Não conseguimos colocar um candidato com esse número nas dezesseis cidades, mas fizemos dele uma bandeira nacional.

Nossa campanha aqui no Rio, sem qualquer estrutura e sem um segundo sequer na TV, teve 4022 votos e alcançou a 128a posição dentre 1627 candidatos, numa Câmara de Vereadores de 51 cadeiras. Esperávamos muito mais votos com ANDRÉ BARROS 50420, em razão do sucesso dos vídeos que fizemos sobre maconha e diversos assuntos da cidade, além de apoios de muito peso em todas as áreas. A candidatura 50420 conseguiu viralizar no whatsapp no Rio de Janeiro e no Brasil, além de diversos vídeos e animações com milhares de centenas acessos no facebook. Podemos dizer que a campanha foi boa, tínhamos condição, mas o objetivo, que era ganhar a eleição, não aconteceu. Tranquilão, luta que segue, sem desistir jamais!

Além do 50420, tivemos três importantíssimos ativistas que saíram candidatos com outros números. Renato Cinco foi reeleito vereador com a estupenda votação de 17162, ficando em 26º lugar na cidade do Rio de Janeiro. Uma vitória de todo o movimento, que mantém acesa a chama de levar ao Congresso Nacional o primeiro representante da Marcha da Maconha. A importância de ter alguém na Câmara Federal é fundamental para o debate da legalização no plano legislativo, mas também para ter em Brasília alguém que poderá lutar pela liberdade de ativistas injustamente presos e condenados no Superior Tribunal de Justiça e no Supremo Tribunal Federal.

Outra grande vitória da nossa bancada é a chegada da candidata a vice-prefeita de Marcelo Freixo, Luciana Boiteux, à chapa que vai disputar o segundo turno da eleição da cidade do Rio de Janeiro. Luciana sustentou com brilhantismo, como amicus curiae, o Recurso Extraordinário 635659 no Pleno do Supremo Tribunal Federal. Este é o recurso que pode descriminalizar o porte e consumo de maconha no Brasil.

Quem não foi votar ou anulou o voto no primeiro turno, deve pensar muito bem agora. A intolerância bate à nossa porta e Marcelo Freixo vem sendo atacado por ser contra a política de repressão à maconha e por ter dois candidatos da Marcha da Maconha em sua nominata. Votar no segundo turno é questão de liberdade de consciência e de crença. Não podemos deixar que a eleição de nossa cidade seja decidida pelos que vão votar na intolerância religiosa: agora é Freixo 50. A eleição está nas mãos de quem se absteve ou anulou o voto no primeiro turno, esses é que podem decidir a eleição agora, apertando 50 e, para confirmar, o verde.

Fotografia de Capa: Bianca Barros / Smoke Buddies – MM SP 2016

Sobre André Barros

ANDRÉ BARROS é advogado da Marcha da Maconha, mestre em Ciências Penais, vice-presidente da Comissão de Direitos Sociais e Interlocução Sociopopular da Ordem dos Advogados do Brasil e membro do Instituto dos Advogados Brasileiros
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