Literatura Sativa: Che Cannabis e a luta contra a ignorância

O verdíssimo Che Cannabis continua sua saga pela sociedade proibicionista em mais um texto da nova coluna do Smoke Buddies, a Literatura Sativa. Leia abaixo mais um trecho da aventura canábica e alimente o coração e a mente.

Na feira, indago sobre onde está a verdade:

— Então alguém já morreu de overdose de tanto fumar maconha? E agora? A maconha faz bem, e só o álcool é liberado?

A verdade é Deus ser a favor da maconha. A maconha foi dizimada? E agora? Esquerda ou direita não existem mais?

Não há mais em cima, nem embaixo? Foi Deus que me fez um herói verde escuro de fome. Essa fome é do desejo de ir bem além e desmascarar algo nas pessoas, daqui da feira, que têm mil preconceitos contra a maconha. Elas e suas mesmas ideias infundadas que, sem estudo sério alienam, repetindo:

— A maconha faz mal ao cérebro, oh seu Zé Coitado!
Ao que respondo de cabeça erguida:
— Eu tenho medo da sua ignorância, Doutor! Oh, seu doutor,
não me leve a mal.

Leitor, não me leve a mal. Eu sou sim de dar também no Deserto e no Sertão, habito em estufas de ideias, se preciso for. A minha luta é contra certos doutores que mandam e desmandam no país. O povo ainda, depois do Golpe de 64, até hoje, vive alienado. O povo é meu amigo, mas o Doutor me inveja. Careta, sem estudo científico, o Doutor manipula o povo brasileiro e diz em redes nacionais e internacionais de televisão e internet:

— Você, Che Cannabis, é um aberração da natureza!
— Eu não. Nunca faço mal ao cérebro, simplesmente, por ousar falar bem da maconha. Não me trate como um terrorista, Doutor. Já você e sua ignorância faz um grande mal à saúde da população brasileira. A vida sem você, Doutor, é a melhor coisa que há no mundo: no mínimo, a maconha é garantida!

— Todo bom estudioso da área da medicina ou da saúde concordará com o avanço da pesquisa científica, Doutor. Você parece que anda no mundo da lua, sem pagar imposto. A gente não come às suas custas, Doutor. Oh, meu querido, agora vou dizer tudo: a maconha é remédio e ainda gera dinheiro pro povo e pro governo. E completo: você é de dar gastura com seu preconceito, Doutor!

— What, little boy, da cannabis?
— Bush Doctor, larga de ser baixo astral. Maluco, o povo há de saber que o capital provoca o desemprego, e isso pra você parece tão normal, mas pra mim nunca que é, ou seja, não é não. O capital que vocês não querem dividir com o povo brasileiro é do próprio povo e vem sendo acumulado nas receitas das multinacionais e nos bolsos dos latifúndios, que é pra piorar. É o mesmo capital de giro que provoca o desemprego e uma recessão dos diabos, minha gente! E prossegui meu discurso “d’meio d’feira”:

— Salve a ignorância ou, então, a falta de assunto, Bush Doctor. Eu não sou professor de Economia, mas de Língua Portuguesa.
Agora, vê se larga do meu pé. Vê se larga do “Meu pé de maconha”, seu doutor escravocrata.

E, Bush Doctor me deixando em paz, acho bom voltar a narrar a minha façanha de ser um maconheiro que, na vida pública, deu uma de herói e virou pó entre o cinza e o branco. Depois de mim, sua consciência há de permanecer limpa e sua boca seca.

Waldemar Valença Pereira é Professor, mestre profissional em letras e autor da obra literária  “Pé de Maconha – Che Cannabis nas andanças da ciência” que aborda a erva em prosa e poesia. Entre em contato com o autor através do email checannabis@hotmail.com ou através da redação pelo contato@www.smokebuddies.com.br.

Ilustração: Cacique Zé Coice, João Divino e Danieluiz

Leia a primeira parte:

Literatura Sativa: Che Cannabis sou eu mesmo, muito prazer!

Deixe seu comentário
Assine a nossa newsletter e receba as melhores matérias diretamente no seu email!